Pedro Nuno Santos deixou esta garantia ao país e ao Algarve em Vila Real de Santo António, ao discursar na cerimónia de assinatura do contrato de consignação da obra de eletrificação da linha ferroviária do Algarve entre essa cidade algarvia e Faro, realizada hoje na estação de comboios da localidade fronteiriça com Espanha.
“Há dois anos atrás, pouco se falava da ligação a Sevilha. Os algarvios nunca se esqueceram dela, mas a verdade é que, nos últimos tempos, ela ganhou uma nova centralidade, porque cada vez que nós falamos com espanhóis das ligações a Espanha, no topo das nossas prioridades está a ligação de Vila Real de Santo António a Huelva/Sevilha”, afirmou Pedro Nuno Santos.
O ministro considerou que esta é uma ligação “muito importante” para Portugal, porque atualmente há “uma linha ferroviária contínua desde a Hungria até Huelva” e à qual faltam cerca de 50 quilómetros, em território espanhol, para poder chegar à fronteira com Portugal, em Castro Marim ou Vila Real de Santo António.
Pedro Nuno Santos reconheceu que “é difícil compreender” como “uma linha ferroviária que vem da Hungria, atravessa Itália, atravessa França e atravessa Espanha, vai até Sevilha, que é a quarta maior cidade de Espanha, e para em Huelva”, ficando depois ”dezenas de quilómetros até à fronteira sem uma linha ferroviária”.
“Já existiu, Espanha levantou os carris, até agora os espanhóis não nos disseram que não – e tenho de ter muito cuidado com o que digo porque são sempre questões diplomáticas e a nossa relação com o Governo espanhol é ótima –, e embora nunca nos tenham dito que não, não está no topo das suas prioridades”, acrescentou.
Por isso, o governante admitiu que “esta é uma batalha” que “todos terão de travar”, numa referência às entidades do Algarve, ao Governo central e à Região Autónoma da Andaluzia, que “deseja esta ligação”, frisou.
“A partir do momento em que tivermos uma ligação que já vem do centro da Europa e puder ligar ao Algarve, e com o número crescente de turistas e passageiros que escolhem de forma crescente a ferrovia como meio de transporte, dá para perceber obviamente os ganhos que o Algarve terá se nós conseguirmos completar aquela falha que ainda temos entre Huelva e Vila Real de Santo António”, disse, sublinhando que este foi um dos assuntos abordados com as autoridades espanholas na Cimeira Ibérica que se realizou na semana passada, em Trujillo, Espanha.
O ministro destacou também a importância para o ambiente e para economia das famílias da eletrificação da linha do Algarve entre Vila Real de Santo António e Faro, que deverá estar concluída em outubro de 2023, segundo o contrato assinado hoje entre Infraestruturas de Portugal, que gere a linha ferroviária portuguesa, e o consórcio Sacyr Neopul/Sacyr Somage.
O projeto vai permitir também reduzir entre 10 e 25 minutos o tempo de percurso entre Faro e Vila Real de Santo António e que os comboios de longo curso possam ligar Lisboa à cidade fronteiriça algarvia, além de contribuir para a transição de combustíveis fósseis para uma mobilidade elétrica e para a redução de custos com a criação de um transporte público mais eficiente.
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