A expectativa era alta, momentos antes do início do comício que habitualmente encerra a festa político-cultural do PCP, nas quintas da Atalaia e do Cabo da Marinha, no Seixal, distrito de Setúbal.
O certame anual comunista esteve nos últimos meses envolto em polémica, motivando críticas de vários setores da sociedade, mesmo após o estabelecimento de regras pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que reduziu a lotação do recinto para cerca de 16.500 pessoas.
“Onde me devo sentar se for de Setúbal?”, questionou uma militante a um dos muitos assistentes de plateia que reforçaram a sua presença junto ao palco “25 de Abril” – o maior do recinto -, orientando cada pessoa até ao lugar marcado.
Sentados na plateia estiveram membros do Comité Central comunista e de delegações internacionais (de Espanha à Grécia, de Cuba à Palestina), as bandeiras foram erguidas e as vozes afinadas, num recinto onde as cadeiras se perderam de vista e se ouviram as habituais palavras de ordem: “A luta continua”.
No palco, as superfícies foram higienizadas entre cada intervenção, e nas palavras dos dirigentes insistiu-se na “capacidade de organização”, na “responsabilidade” e na “segurança da festa”.
Terminados os 45 minutos de discurso do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, para além da habitual “Internacional Comunista” e cantado o hino nacional, os apelos repetiram-se para que os militantes sentados não saíssem dos lugares.
“Camaradas, devemos permanecer nos nossos lugares de maneira a que a saída respeite o distanciamento social”, apelou-se do palco, através do sistema sonoro.
A debandada foi feita da forma mais ordeira possível, avistando-se um ou outro ajuntamento, entre as várias carrinhas de apoio e os assistentes de plateia que foram guiando a multidão.
A Festa do “Avante!” termina este domingo, com um concerto da banda Xutos e Pontapés, depois de uma edição inédita marcada pelos protestos contra a sua realização, sobretudo dos partidos da direita, e com uma redução significativa dos visitantes.
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