O violino é feito de platina e mede apenas 35 mícrons de comprimento e 13 mícrons de largura (um mícron é um milionésimo de metro).
Para comparação, um cabelo humano tem tipicamente entre 17 e 180 mícrons de diâmetro, e os tardígrados, conhecidas criaturas de oito patas apelidadas de 'ursos de água', medem entre 50 e 1.200 mícrons, noticiou na terça-feira a agência Europa Press.
O violino em miniatura foi criado como um projeto-teste para demonstrar as capacidades do novo sistema de nanolitografia da universidade, um conjunto avançado de tecnologias que permite aos investigadores construir e estudar estruturas à escala nanométrica.
O sistema irá apoiar diversos projetos de investigação que visam identificar novos materiais e métodos para o desenvolvimento da próxima geração de dispositivos computacionais.
"Embora criar o violino mais pequeno do mundo possa parecer uma tarefa lúdica, muito do que aprendemos no processo lançou as bases para a investigação que estamos a conduzir", garantiu a professora Kelly Morrison, chefe do Departamento de Física e especialista em física experimental, citada num comunicado.
"O nosso sistema de nanolitografia permite-nos conceber experiências que exploram materiais de diferentes formas — usando luz, magnetismo ou eletricidade — e observar as suas respostas", acrescentou.
A equipa criou o violino à escala nano como uma referência lúdica à conhecida frase da cultura pop: "Consegues ouvir o violino mais pequeno do mundo a tocar só para ti?" — frequentemente utilizada para troçar de queixas exageradas ou de reações excessivamente dramáticas. A frase é normalmente acompanhada por um gesto de mão que imita alguém a tocar um pequeno violino entre o polegar e o indicador.
Acredita-se que a expressão tenha aparecido pela primeira vez na televisão na década de 1970, popularizada pela série M*A*S*H, e permaneceu na cultura pop graças a aparições em programas mais recentes, como SpongeBob.
O Violino de Loughborough é uma imagem microscópica, não um instrumento tocável, e embora não tenha sido oficialmente confirmado como o violino mais pequeno do mundo, é certo que é minúsculo.
No coração do sistema de nanotecnologia da Universidade de Loughborough, que abrange um laboratório inteiro, está o NanoFrazor, uma máquina de nanoescultura de ponta da Heidelberg Instruments. Utiliza litografia por sonda de varrimento térmico, uma técnica na qual uma ponta aquecida, semelhante a uma agulha, 'escreve' padrões altamente precisos à escala nanométrica.
Para criar o violino, o Morrison, com o apoio de Naëmi Leo e do técnico de investigação Arthur Coveney, começou por revestir um pequeno chip com duas camadas de um material gelatinoso chamado resina.
Este chip revestido foi colocado sob o NanoFrazor, que utilizou a sua ponta aquecida para gravar o padrão do violino na camada superficial.
Após a gravação do desenho, a resina foi revelada dissolvendo a camada subjacente exposta, deixando uma cavidade em forma de violino. Uma fina camada de platina foi depositada sobre o chip, e uma lavagem final com acetona removeu o material restante, revelando o violino finalizado.
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