“Com este ministro [Adalberto Campos Fernandes] e a sua equipa não negociávamos nada, era um ministro que não aceitava negociar nem aceitava as negociações. Estivemos três anos sem qualquer tipo de negociação viável em relação a descongelamentos, a grelhas a concursos”, disse à agência Lusa o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), João Proença.
Para João Proença, Adalberto Campos Fernandes “era um ministro ausente e sempre favorável aos interesses dos grupos económicos privados”, esperando agora da nova ministra uma postura diferente.
“Espero que com a nova ministra seja uma situação completamente diferente, que tenha uma postura diferente em relação aos médicos, enfermeiros e a todos os trabalhadores da saúde e nomeadamente na defesa do Serviço Nacional de Saúde público, de qualidade e com melhores ordenados para impedir que as pessoas saiam todas do público e vão para o privado”, defendeu o presidente da FNAM.
Lamentou ainda que o “serviço de saúde público” esteja “a desfazer-se por causa das medicas económicas e políticas que têm sido tomadas nos últimos três anos”.
Por isso, vincou, a “nomeação de Marta Temido é uma réstia de esperança para o último ano de mandato” do Governo.
O primeiro-ministro propôs hoje a nomeação de Marta Temido para nova ministra da Saúde, em substituição de Adalberto Campos Fernandes, o que foi aceite pelo Presidente da República.
Especializada em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, Marta Temido exercia os cargos de subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e de presidente não executiva do conselho de administração do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa .
Entre 2016 e 2017, foi presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde.
Além de Adalberto Campos Fernandes, o chefe do executivo substituiu hoje também os ministros da Defesa, da Economia e da Cultura.
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