“Começando pela parte sul na zona da Ponta do Sol, até porque as noticias são boas, aquela frente que tem dois flancos, o flanco oeste está circunscrito, mas mantemos pessoal no local até porque já houve vários reacendimentos”, adiantou à Lusa o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC).
De acordo com António Nunes, existe ainda um dos flancos ativo, mais ou menos como na quinta-feira, sem grandes desenvolvimentos e de forma moderada.
“Estamos lá com o nosso pessoal para manter vigilância. São tudo zonas onde não é possível intervir, zonas muito escarpadas onde o pessoal não consegue intervir”, disse.
No que diz respeito à cordilheira central da ilha, António Nunes, indicou que a ação na quinta-feira dos dois aviões Canadair juntamente com o helicóptero aparentemente ajudou na contenção da evolução do incêndio.
“Este incêndio estava a iniciar a descida para a Fajã da Nogueira, No entanto para lá do norte do Caldeirão Verde, Santana, há um foco ativo e é nessas zonas a partir da 08:30, quando os Canadair puderem descolar que vamos centrar a ação para ver o que conseguem fazer”, disse.
Durante a tarde de quinta-feira os dois aviões Canadair, pedidos pelo Governo português à União Europeia, já efetuaram descargas sobre os fogos que lavram na Madeira, complementando a ação do helicóptero do SRPC, o único meio aéreo de que o arquipélago da Madeira dispõe.
Estes dois meios aéreos, disponibilizados ao abrigo da ativação do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, chegaram quinta-feira à ilha do Porto Santo, onde abasteceram, e deslocaram-se depois para a ilha da Madeira para combater as chamas.
Segundo António Nunes, na Ponta do Sol as notícias são boas, mas no Pico Ruivo e Pico do Gato parece ter havido uma substituição de um lugar para o outro.
“Saiu da zona este para a zona norte, mas a zona norte é já um bocadinho a entrar na [floresta] laurissilva e tem uma progressão muito mais lenta devido à tipologia da vegetação e esperemos ter mais sucesso na zona norte”, afirmou.
O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil disse ainda que às 07:30 estavam no terreno cerca de 60 a 70 elementos divididos entre as duas frentes.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.002 hectares de área ardida.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.
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