“A Força Aérea Portuguesa, como tem sido o seu timbre ao longo dos 71 anos da sua existência, cumpre e continuará sempre a cumprir a sua missão empenhando todos os seus homens e mulheres, bem como todos os seus meios colocando-os ao serviço do país e dos portugueses”, lê-se numa nota hoje divulgada à imprensa.
A Lusa noticiou na quinta-feira que o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea dirigiu no dia 03 de outubro um memorando à ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, alertando que a atual situação de efetivos no ramo é “a mais grave dos últimos 50 anos”.
"Caso não sejam tomadas medidas efetivas, que contribuam de forma inequívoca para a inversão do processo de erosão dos efetivos militares, comprometer-se-á, irremediavelmente, a capacidade operacional da Força Aérea e qualquer ambição de edificação das novas capacidades atribuídas”, avisa Cartaxo Alves, no documento.
Hoje, em nota divulgada pelo seu gabinete, a FA sublinhou que é do conhecimento público que ao longo da última década e meia tem havido uma "diminuição de efetivos", que resulta da "competitividade do mercado de trabalho face às especificidades tecnológicas dos sistemas à disposição da Força Aérea e à elevada atratividade pela competência técnica" dos militares portugueses.
A FA acrescentou, na nota, que tem sido estabelecido um "diálogo permanente com a tutela para reverter a situação descrita" e que já foram obtidos "resultados positivos", destacando "um conjunto de medidas quer ao nível do recrutamento quer da retenção”.
A nota termina com um elogio ao "elevado trabalho conjunto desenvolvido" e ao "carácter positivo das medidas já adotadas pelo Governo".
No memorando de 11 páginas, ao qual a Lusa teve acesso, a Força Aérea relata à ministra da Defesa que, “a manter-se a tendência de saídas verificada nos últimos dez anos, agravar-se-á ainda mais o desvio entre as existências e as necessidades reais, na ordem dos 2.500 militares, em 2025, representando um défice de 36%”.
Segundo os dados expostos no documento, a Força Aérea perdeu 1.133 militares entre 2013 e 2022 e prevê que mais 198 deixem o ramo este ano, sendo uma das principais razões de saída a “remuneração inadequada”.
O CEMFA destaca que o défice atual de efetivos “representa uma ameaça para a Força Aérea, no sentido em que compromete a sua capacidade ao nível da geração, execução, sustentação e em particular da edificação de novas capacidades, salientando-se a imperiosa necessidade de reversão desta situação”.
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