A decisão surge poucos meses antes da eleição presidencial, marcada para dezembro e é interpretada por alguns como uma tentativa do Governo de ganhar votos.

Com uma população de cerca de dois milhões de habitantes, a Gâmbia é o país mais pequeno — excluindo arquipélagos — do continente africano.

Dotada de uma longa tradição de migração, cerca de 118.000 gambianos vivem no estrangeiro, com as suas remessas a representarem mais de 20% do Produto Interno Bruto do país, segundo a Organização Internacional para as Migrações.

Esta semana, Banjul anunciou que iria bloquear todos os voos de repatriamento de migrantes dos países da UE, num momento em que a Alemanha se preparava para deportar muitos gambianos, noticia a agência France-Presse.

De acordo com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, Saikou Ceesay, o Governo tomou a decisão em junho porque o regresso de um grande número de migrantes resultaria numa “revolta social” no país.

“Estamos a tentar consolidar a paz, a estabilidade e a democracia que temos no país”, acrescentou.

A Gâmbia foi governada durante 22 anos por Yahya Jammeh, forçado a abandonar o poder em 2017, após perder as eleições para Adama Barrow.

As primeiras eleições presidenciais da era pós-Jammeh deverão acontecer em 04 de dezembro.

À agência noticiosa francesa, um diplomata europeu, sob anonimato, considerou que a decisão de bloquear o regresso de migrantes “tem um objetivo político” ligado às próximas eleições presidenciais.