"O Ministério do Mar agradece a adesão e o apoio do CDS, pela voz da Dra Assunção Cristas, ex-ministra responsável por esta área, a este projeto do Governo", lê-se num comunicado divulgado através de um 'email' que anexa documentos com os vários passos até agora dados pelo executivo para o lançamento do "Campus do Mar".

O "Campus do Mar" é, segundo o texto, "uma das prioridades estratégicas" do ministério, "não só pela importância da reabilitação da zona da Doca de Pedrouços mas também pelo seu contributo para a criação de um verdadeiro 'cluster' marítimo que junta empresas, universidades e demais atividades e 'stakeholders' ligados ao setor do mar".

Numa primeira fase, o "Campus do Mar" será instalado em Lisboa e Oeiras, na zona da Doca de Pedrouços, estando prevista também a abertura de um polo na zona norte do país, refere ainda a nota do executivo.

O Governo recorda que, após a aprovação do projeto, foram "envolvidas as autarquias e constituído um grupo de trabalho que está a finalizar o zoneamento e um modelo de serviços, valências e financiamento" e que, "contrariamente a outras opções anteriores", o projeto "mantém este território em espaço público".

"A versão final deste projeto será apresentada nas próximas semanas", esclarece ainda o ministério de Ana Paula Vitorino.

Cristas defendeu hoje a requalificação da Doca de Pedrouços, com a criação de um polo ligado à economia do mar, juntando empresas, universidade e associações numa “Cidade do Mar”, mas nunca se referiu ao projeto do Governo.

A líder do CDS-PP e vereadora na Câmara Municipal de Lisboa, que falava à agência Lusa junto à Doca de Pedrouços, explicou o projeto de requalificação daquela zona ocidental da cidade, utilizando uma designação diferente para o projeto, "Cidade do Mar" em vez de "Campus do Mar", como é designada a iniciativa do Governo.

“Aqui, junto à Doca de Pedrouços, neste espaço enorme de 125 mil metros quadrados de edificado que pode ser requalificado, em conjunto com toda esta envolvente, podemos criar uma nova centralidade da cidade de Lisboa com um polo de dinamização da economia do mar, da economia azul de forma a que Lisboa e o país se posicionem internacionalmente como centro de inovação”, explicou.

O projeto, de acordo com a líder do CDS-PP, implicará a requalificação da zona que atualmente é usada para a competição de regatas Ocean Race, e que possui um pequeno centro onde é possível fazer a reparação deste tipo de barcos, junto à Fundação Champalimaud.

“É importante que Lisboa lidere um grupo para fazer a avaliação e desenvolvimento estratégico do projeto e também as condições de financiamento. Entendemos que este espaço junta administração da área do mar na envolvência e também, por esse ponto, pode ajudar a ter a cidade administrativa, científica e económica ligada ao mar, pode depois ver a melhor forma de financiar o que se pretende, começando pelo edificado que já existe, requalificando-o”, defendeu.

Assunção Cristas lembrou ainda a saída do Reino Unido da União Europeia, frisando que “o pilar da Europa fica desguarnecido” e que Portugal “poderá ser a voz do mar em Bruxelas, mas para isso convém que haja um apoio e sustento que permita ter essa voz ativa”.

A vereadora do CDS-PP avançou ainda que o edifício da antiga lota da Doca Pesca está inativo desde 2003, podendo ser recuperado, acrescentando que será sempre um projeto que será repartido pelas autarquias de Lisboa e Oeiras, e pela Administração do Porto de Lisboa.

Segundo Assunção Cristas, a proposta já deu entrada na câmara, estando agora à espera de uma data para ser discutida e “preferencialmente aprovada”, referiu.