Os ministérios das Finanças e das Infraestruturas e da Habitação, em comunicado conjunto, afirmam que o Governo reconhece "a importância da ferrovia enquanto instrumento imprescindível de mobilidade” e está “a analisar e desenvolver um conjunto de medidas com vista a corresponder às necessidades – operacionais e de recursos humanos – do transporte ferroviário CP".
A prestação do serviço ferroviário "ficará assente num contrato de obrigações de serviço público que, ainda em 2019, consagre um serviço de qualidade e seguro assente, entre outros aspetos, na existência de uma tripulação mínima de dois agentes nos comboios de transporte de passageiros (um maquinista e um agente de acompanhamento com as qualificações profissionais necessárias para as funções)".
O Governo adianta que "este compromisso com a qualidade do serviço público será reforçado através da estabilização dos recursos humanos necessários à atividade, nomeadamente com a autorização imediata da contratação de trabalhadores da área comercial e de outras áreas necessárias à operação da CP até ao final do mês de junho, que permita reduzir o número de horas suplementares hoje realizadas, acomodar as saídas definitivas de trabalhadores e promover a segurança e a qualidade do trabalho".
Em paralelo com este processo, "iniciou-se já no passado mês de abril um processo negocial com vista à celebração de um novo acordo de empresa e regulamento de carreiras que traga melhores condições aos trabalhadores desta empresa", refere o comunicado.
"O Governo reafirma, assim, a prioridade na ferrovia como ator fundamental na promoção da mobilidade da nossa população", adianta.
Entretanto, a CP divulgou hoje os serviços mínimos que irá realizar durante a greve de revisores marcada para segunda e terça-feira e que cobrirão "entre 20% e 30%" da sua operação habitual.
À agência Lusa, fonte da transportadora ferroviária revelou que nos dias da greve se vão realizar "entre 20% e 30%" dos comboios habituais, numa operação de serviços mínimos que engloba comboios de longo curso, urbanos, regionais e inter-regionais.
Em comunicado divulgado hoje, a CP reiterou o alerta de "fortes perturbações na circulação de 20 e 21 de maio" em todo o território nacional, esclarecendo ainda que "não serão disponibilizados transportes alternativos".
Os horários dos serviços mínimos podem ser consultados no 'site' da CP.
O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) entregou um pré-aviso de greve para segunda e terça-feira que abrange os revisores, trabalhadores de bilheteiras e outros funcionários da CP.
Em declarações à Lusa em 29 de abril, o presidente do SFRCI, Luís Bravo, disse que a paralisação nacional foi convocada para protestar contra o "incumprimento de dois acordos que o Governo fez com este sindicato, o primeiro em setembro de 2017, que visava recrutar 88 trabalhadores para a área comercial e que ainda não está concretizado".
A outra promessa que o SFRCI afirma não ter sido concretizada é "a negociação do acordo coletivo de trabalho, que tem 20 anos, e que deveria ter sido finalizado até 30 de setembro".
A greve abrange perto de mil trabalhadores, segundo o sindicato.
Comentários