Numa audição parlamentar — a última nesta legislatura -, a ministra Graça Fonseca afirmou que o Governo “encara como positiva a proposta de instalar no Porto um núcleo dedicado à memória”.
Em causa está um projeto de resolução apresentado em abril pelo Bloco de Esquerda para a criação de um “novo museu dedicado à resistência antifascista no Porto”, nas instalações da antiga delegação da PIDE/DGS, e que alberga hoje o Museu Militar do Porto.
De acordo com a proposta do Bloco de Esquerda, esta é “uma ausência que deve ser colmatada. A memória das lutas no norte do país não tem ainda um espaço museológico adequado”.
O deputado bloquista Luís Monteiro levantou a questão na audição parlamentar de hoje, tendo a ministra da Cultura dito que o Governo encara a proposta de forma positiva, mas que funcione em articulação com dois outros espaços museológicos: o Museu do Aljube — Resistência e Liberdade, em Lisboa, e o Museu Nacional da Resistência e Liberdade — Forte de Peniche, que abrirá na totalidade em 2020.
“Trata-se de garantir que aquilo que é a História se perpetue para além das gerações que viveram a História”, disse Graça Fonseca.
No entender do Bloco de Esquerda, “é tempo de restituir a totalidade do edifício [no Porto] à finalidade sempre desejada pelos ex-presos políticos, pelos resistentes e associações ou movimentos — um espaço de memória da resistência ao fascismo”.
A propósito do museu a instalar no Forte de Peniche, a ministra da Cultura falou num “processo em contínua construção”, e que a exposição e memorial inaugurados em abril, no local, tiveram mais de 16 mil visitantes num mês.
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