“Em primeiro lugar, terão os autarcas de se entenderem em torno dessa solução e, uma vez havendo esse entendimento, a obra [na barragem de Fagilde, Viseu] iniciar-se-á de imediato com a certeza, também, de que, neste momento, estamos muito mais bem preparados do que no ano passado”, assumiu Matos Fernandes.

A resolução, lembrou o ministro, “está nas mãos dos municípios, para que encontrem a solução organizativa que levará depois a encontrar as soluções técnicas”.

“Mas há uma solução técnica que parece que gere um grande consenso, que é a de, em Fagilde, ser construída uma nova barragem com maior capacidade”, explicou.

Aliás, esta solução já foi apresentada pelo Governo, através da Águas de Portugal, para “um sistema multimunicipal, onde o Estado tem uma preponderância maior nesse mesmo sistema, mas ser uma parceria, uma parceria num sistema ‘fifty fifty’ (cinquenta-cinquenta) que existe, está regulado” e, exemplificou o ministro, “funciona com muito sucesso no Alentejo”.

No entanto, Matos Fernandes clarificou que “houve um conjunto de antigas origens de água que foram recuperadas”, estando-se este ano melhor do que no ano passado, onde no final de verão a falta de água afetou cerca de 120 mil pessoas dos concelhos abastecidos pela barragem de Fagilde.

O ministro do Ambiente falava no final de uma cerimónia em Nelas, em torno de uma visita a este concelho e ainda a Mangualde, Seia e Gouveia. Matos Fernandes deslocou-se depois da cerimónia para ver obras realizadas em compensação pela não construção da barragem de Ribolhos que, no entender do presidente da Câmara de Gouveia, “ainda devia acontecer”, mas que o ministro descarta.

“Está completamente fora do propósito deste governo, enquanto for governo, que esta barragem volte a ser colocada em cima da mesa”, reagiu Matos Fernandes, que explicou que se trata de uma barragem diferente da de Fagilde.

“Não há qualquer relação entre a barragem de Girabolhos e o abastecimento de água, porque ela era construída com outro propósito completamente diferente. Não há maneira aqui de confundir estas duas questões numa só”, rematou.