“O Governo apresentou-nos uma proposta que garante o preço mínimo de venda à produção para as leguminosas, o milho e o algodão” durante os próximos cinco anos, declarou aos jornalistas Jagjit Singh Dallewal, um dos líderes da comissão de negociação dos agricultores.
O coletivo de agricultores pediu pelo menos dois dias para discutir a proposta com as outras forças sindicais, enquanto o Governo indiano considera as restantes exigências feitas pelos agricultores na reunião de domingo, que se prolongou pela madrugada.
Se as exigências não forem satisfeitas, os agricultores prometeram retomar na quarta-feira a marcha que ameaça entrar na capital indiana desde terça-feira.
“Tanto nós como o Governo vamos tentar encontrar uma solução através de conversações. Se isso não acontecer, pediremos ao Governo que nos permita ir a [Nova] Deli pacificamente”, acrescentou outro líder camponês, Sarvan Singh Pandher.
Milhares de agricultores iniciaram na terça-feira uma marcha maciça a partir dos estados de Haryana e Punjab, este último conhecido como o “celeiro da Índia”, para chegar a Nova Deli e apresentar as reivindicações ao governo.
No entanto, o protesto foi travado pelas autoridades desde o primeiro dia em ambos os estados indianos.
Em Haryana registaram-se confrontos entre os manifestantes e as autoridades, que recorreram a barreiras e gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
Organizados por vários sindicatos, os agricultores exigem, entre outras coisas, que os preços mínimos de venda para todas as culturas sejam garantidos por lei para proteger o valor das flutuações do mercado.
A introdução de preços mínimos foi uma das principais reivindicações dos protestos dos agricultores entre 2020 e 2021, quando milhares de agricultores acamparam durante quase 15 meses nas fronteiras de Nova Deli em resposta a uma reforma agrária promovida pelo Governo indiano.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, teve de ceder à pressão e revogar a lei, que, para os agricultores, dava demasiado poder às grandes empresas ao desregulamentar o mercado.
Agora, os sindicatos consideram que, passados dois anos, o Governo não satisfez todas as exigências apresentadas.
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