Jerónimo de Sousa, ladeado pelo cabeça-de-lista da CDU às eleições europeias, João Ferreira, estimou que a luta dos docentes, assim como de outras classes profissionais, vai manter-se, enquanto cumprimentava os milhares de protestantes convocados pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, em defesa de aumento salarial, reposição e valorização de carreiras, contagem do tempo de serviço, entre outras.
"A experiência histórica de quem luta é a de que, se é verdade que nem sempre se ganha, mas quando não se luta perde-se sempre. O sentimento que vejo nestes trabalhadores, incluindo os professores, é o de que não vão desistir de lutar por aquilo a que têm direito. A Assembleia [da República] não quis resolver e o PCP tinha propostas para resolver o problema que não foram aceites, devido a essa coligação negativa PS, PSD e CDS, parafraseando um deputado socialista", afirmou.
O líder do PCP disse não acreditar "se alguém pensa que a história terminou aqui, tendo em conta a disponibilidade e a justiça que assiste a estes homens e mulheres que não admitem que um terço da sua carreira profissional desapareça, se esfume por completo".
O dia foi marcado pelo volte-face na crise política iminente, já que o primeiro-ministro, António Costa, afastou o cenário de demissão do executivo socialista graças ao chumbo no parlamento da recuperação do tempo integral que esteve congelado na carreira dos professores por PS, PSD e CDS-PP, em votação final global, um texto proveniente da Comissão Parlamentar de Educação e que acabou só com o apoio do BE, PCP e PEV.
Jerónimo de Sousa reiterou as críticas à "cambalhota" de "recuo" de PSD e CDS, que tinham concordado na especialidade com a devolução do tempo integral congelado aos professores, perante a "operação de pressão e de chantagem do Governo".
Sobre o futuro da denominada "geringonça" e as posições conjuntas entre PS, BE, PCP e PEV, o secretário-geral comunista remeteu para a decisão que falta do "juiz" que é o "povo português nos votos", para redefinir a "correlação de forças" no parlamento.
Em relação a recentes declarações sobre o possível abandono da militância comunista por parte do secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, posteriormente desmentidas pelo próprio, Jerónimo de Sousa desvalorizou o episódio em que o sindicalista se revelou magoado com o PCP.
"Da nossa parte, não há nenhuma reserva. Creio que o Mário Nogueira vai continuar como dirigente sindical a desempenhar o seu papel na luta dos professores. Naturalmente, também em relação ao partido, por aquilo que afirmou, tudo assumirá, numa questão normal, que não está colocada", concluiu.
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