Em declarações à Lusa, o dirigente do SINTAC Fernando Simões disse que esta manhã já tinham sido cancelados três voos e que a média global nacional de adesão à greve por volta das 12:00 de hoje “rondava os 70%”.

“A adesão continua a dar sinais de ser muito idêntica à de ontem [sexta-feira], desde as primeiras horas da manhã, porque todos os aviões saíram com atrasos que variaram entre os 30 minutos a uma hora” e a tendência é de “continuar os atrasos e os constrangimentos”, avisou o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação Civil.

Em 20 de dezembro, o SINTAC anunciou um pré-aviso de greve na Portway para os dias 27,28 e 29 de dezembro nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal.

“Temos cancelamentos [do Aeroporto Internacional] de Genebra [Suíça] e do [Aeroporto] Paris Charles de Gaulle [França]” e “temos também o cancelamento do voo da hora de almoço [12:30] da Brussels Airlines [Bélgica]”, disse Fernando Simões, acrescentando que para domingo, dia 29, estão “confirmados” os cancelamentos dos “dois voos da Brussels Airlines”.

A informação dos cancelamentos foi retirada do sítio da Internet da ANA Aeroportos, acrescentou o sindicalista.

Para além dos cancelamentos de voos, há relatos que desde sexta-feira, “há comandantes a fazer folhas de carregamento [de bagagem] à mão, estando esses comandantes a assumir a responsabilidade que devia ser do departamento de ‘load control’ da Portway” (empresa de assistência em terra nos aeroportos), alertou o dirigente do SINTAC.

“Quando o carregamento não é bem feito pode passar por muitas vertentes. Uma trimagem [a trimagem da aeronave garante que a mesma possa ter um voo reto e nivelado] mal feita de uma aeronave pode dar dificuldades no seu voo, pode dar instabilidade da aeronave, pode dar um sem-fim de cenários que é melhor nós nem pensarmos neles”, explicou o sindicalista, referindo que tudo o que entra para uma aeronave — seja passageiros, combustível, correio e ou bagagens, tem de ser “contabilizado de forma muito específica para que sejam asseguradas todas as regras de segurança que são impostas ao setor”.

Fernando Simões referiu que o SINTAC tem “muitas reservas e muita apreensão sobre a forma e a maneira como estão a ser efetuados os carregamentos”, que estão a ser feitos “na forma do ‘desenrasca’ sem ter os procedimentos de segurança que deveriam estar a ser cumpridos”.

Na altura do pré-aviso de greve, o SINTAC, em comunicado, indicou que decidiu avançar para a greve porque a empresa, “através dos seus administradores pertencentes ao grupo Vinci, “não cumpriu o devido descongelamento de carreiras no passado mês de novembro conforme tinha assinado em 2016″.

O SINTAC referiu que, “como se ainda não bastasse”, a empresa “começou a cortar abonos sociais e direitos adquiridos por todos os seus trabalhadores ao longo de 20 anos, não reconhecendo assim todo o esforço dos trabalhadores ao longo dos anos, e tudo isto com um único objetivo, o de não baixar os seus lucros a fim de poder encher ainda mais os cofres do grupo Vinci.