Segundo a fonte oficial da CP estavam planeados 588 comboios, pelo que devido à greve (que abrange os trabalhadores a sul de Pombal), houve 47% de supressões.

De acordo com os dados fornecidos pela empresa, dos comboios suprimidos 24 eram de longo curso, tendo-se realizado 21.

Dos comboios regionais foram suprimidos 68 mas realizaram-se 120, tendo a supressão sido mais significativa nos urbanos de Lisboa, onde foram suprimidos 185 e realizados apenas 53.

Nos comboios urbanos do Porto não houve supressões, realizaram-se os 117 que estavam programados, disse a fonte.

A greve dos revisores e dos trabalhadores de bilheteiras da CP, a sul de Pombal foi “um sucesso”, indicou o dirigente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, num balanço à Lusa na tarde de hoje.

Os comboios que estão a circular são comboios fora da zona da greve, que foi “um êxito total”, assinalou.

Luís Bravo adiantou que desde as 18:00, e até às 24:00 de hoje estão encerradas as linhas da zona de Lisboa (Sintra, Azambuja, Cascais e Sado), porque por haver uma tão elevada adesão à greve não há trabalhadores suficientes para garantir os níveis de segurança.

No Algarve, Alentejo e Beiras também não há comboios desde sábado, acrescentou o sindicalista, lembrando que os turnos que começam na manhã de segunda-feira vão decorrer normalmente.

A elevada adesão, afirmou, mostrou que os trabalhadores sentem que o caderno reivindicativo é “mais do que justo”, disse.

Para o dia 23 de junho está também agendada uma greve de 24 horas para os trabalhadores ferroviários operacionais, a norte de Pombal.

A CP já tinha alertado que a circulação de comboios da empresa deverá ter perturbações “significativas nos dias 12, 13 e 16 de junho devido a greve.

Desde o início do mês tem estado a decorrer uma greve dos trabalhadores da CP ao trabalho extraordinário e aos feriados, que se prolonga até ao final do mês.

Em 16 de maio, a CP anunciou que chegou a um acordo com 12 sindicatos, para revisão do Acordo de Empresa, ficando de fora três estruturas.

Os trabalhadores protestam pelo congelamento de salários e bloqueio das negociações.

Luís Bravo já tinha dito hoje à Lusa que até ao momento os trabalhadores não receberam qualquer resposta por parte da CP – Comboios de Portugal, sublinhando que um terço dos trabalhadores da empresa foi esquecido pela Administração e pela tutela.

E na quinta-feira lamentou que o setor ainda não tenha recebido a atualização de 0,9%, aprovada para a função pública, que classificou como “miserável”, representando entre cerca de cinco e nove euros, consoante o escalão.

Aumento do custo de vida, sem compensação, tem sido uma das causas apontadas para as greves, por Luís Bravo.