Em declarações à Lusa, José Carmo, dirigente centrista apoiante de Lobo d’Ávila, admitiu que “a situação financeira do partido, ainda que a exigir atenção e preocupação”, não é “tão preocupante” quanto as notícias das últimas semanas davam a entender, depois de se reunir, a seu pedido, com o secretário-geral do CDS, Pedro Morais Soares.
“Estamos mais tranquilos”, admitiu José Carmo.
A 26 de outubro, o grupo de Filipe Lobo d’Ávila pediu à direção um relatório “legível, verdadeiro e transparente” acerca das contas, admitindo, no limite, pedir uma auditoria externa, e a reunião com a equipa de Morais Soares aconteceu há dias.
Depois do que ouviu na reunião, José Carmo afirmou também que apesar das preocupações com as contas, isso não condiciona nem a apresentação de uma moção de estratégia nem uma eventual candidatura à liderança de Filipe Lobo d’Ávila.
Há duas semanas, a nova líder parlamentar do CDS, Cecília Meireles, admitiu que a bancada ia, com “muita pena”, dispensar pessoas para se adaptar à nova situação, de passar de 18 para cinco deputados.
Este comentário surgiu no mesmo dia, 24 de outubro, em que o Jornal Económico noticiou que a direção do CDS vai dispensar parte das pessoas que trabalhavam no grupo parlamentar, reduzindo ordenados a quem fica, devido à quebra de deputados e à redução no valor da subvenção estatal, preparando-se igualmente para encerrar duas sedes concelhias.
Segundo o jornal, está em causa a redução da subvenção estatal e das comparticipações financeiras do Estado ao partido, a que se junta um saldo negativo nas contas do ano passado”, e uma fonte do partido citada pelo jornal admitiu que as dívidas podem ser de “perto dos dois milhões de euros” em 2019.
Assunção Cristas anunciou a saída do cargo de presidente do CDS em 06 de outubro, na noite das legislativas em que o partido passou de 18 para cinco deputados, com 4,4% dos votos.
O congresso para eleger uma nova liderança do partido está agendado para 25 e 26 janeiro de 2020, em Aveiro.
Até ao momento, há um candidato declarado, Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), do CDS, e dois potenciais candidatos “em reflexão” – Filipe Lobo d´Ávila, do “Juntos pelo Futuro”, João Almeida, deputado e porta-voz do partido com anterior liderança – e o líder da Juventude Popular (JP), Francisco Rodrigues dos Santos, também admitiu uma candidatura.
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