A iniciativa da empresa portuguesa, que opera em Angola nos ramos de eletricidade, telecomunicações e energias renováveis, foi hoje lançada, em Luanda, e vai decorrer até ao próximo dia 19, contando com a colaboração de trabalhadores e parceiros do grupo Proef.
Em declarações à imprensa à margem do ato oficial de hoje, o diretor financeiro do grupo Proef, Sérgio Cunha, disse que a ideia inicial de “mera doação de sangue” transformou-se numa “megacampanha” para ajudar a suprir as necessidades nacionais de sangue anuais em Angola, que são de 257.890 unidades.
“A campanha será realizada nos espaços físicos de cada um dos parceiros e os próprios irão dinamizar a campanha com a mesma imagem, com a mesma causa, com o mesmo afinco”, explicou Sérgio Cunha.
Estas ações de doação de sangue promovidas pelo grupo – que nasceu na Trofa, em 1984, e que conta atualmente com nove empresas – iniciaram-se em 2003, mas é a primeira vez que se alargam a Angola, depois de constatadas as dificuldades junto do Instituto Nacional do Sangue.
“Começamos por fazer mera ação de doação de sangue nas instalações da Eurico Ferreira, mas percebemos junto do instituto que a necessidade era muito maior que uma mera doação e desafiamo-nos a criar esta campanha”, disse Sérgio Cunha.
Por sua vez, a diretora-geral do Instituto Nacional do Sangue, Antónia Constantino, disse que a instituição contava até agora com 89 parceiros constituídos por associações juvenis, empresas, igrejas, universidades, representações diplomáticas, aos quais se juntou o grupo Proef.
“O objetivo é recrutar doadores voluntários de sangue para o país”, explicou.
Antónia Constantino frisou a importância desse tipo de parcerias, para que os familiares deixem de ser os principais doadores de sangue, como acontece atualmente, em que 91% do sangue doado é assegurado por familiares dos doentes.
“O objetivo fundamental é inverter o perfil de doadores, sairmos paulatinamente, mas a um passo acelerado, do perfil de doadores familiares para passarmos para doadores regulares não remunerados”, apontou.
A responsável destacou que os doadores recrutados por parceiros constituem igualmente outra vantagem, porque apresentam um baixo risco em termos de sangue contaminado, diminuindo assim o número de perdas do produto, que se situa na ordem dos 50% do total das doações.
“Porque quando são doadores familiares que vão doar, nós não podemos selecionar, nós aceitamos o familiar que aparece e não é isso que convém fazer e nem é isso que a OMS [Organização Mundial de Saúde] recomenda. Temos que triar, selecionar, para não termos muitas perdas”, defendeu Antónia Constantino.
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