"Eu sonho com a oportunidade de um dia ver na Terra Santa dois Estados capazes de viver em conjunto, em reconhecimento mútuo, mas também na paz e em segurança", declarou Guterres na primeira visita a Israel e aos territórios palestinianos desde que entrou em funções na ONU, em janeiro último.
O responsável máximo das Nações Unidas admitiu a existência de "vários obstáculos" no caminho rumo a esse "sonho". Enumerou a colonização israelita em curso na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, um movimento que o governo de Israel - considerado o executivo mais à direita na história do país - desvaloriza e diz não ter objetivos políticos.
Mas Guterres também falou da necessidade de condenar o "terrorismo" e "a incitação ao ódio", questões que constam das frequentes acusações de Israel aos palestinianos.
Na terça-feira, o diplomata português será recebido pelo primeiro-ministro palestiniano, Rami Hamdallah, na Cisjordânia, território ocupado por Israel. Na quarta-feira, estará na Faixa de Gaza.
Guterres deverá fazer um ponto da situação quanto aos esforços de paz na região. No passado, o português já defendeu que "não vê alternativa" a uma solução de dois Estados, ou seja a criação de um Estado palestiniano independente em coexistência com Israel.
Esta solução parece em dúvida atualmente desde que, em fevereiro, o Presidente Donald Trump se distanciou dessa via.
Guterres chegou a Jerusalém alguns dias depois de uma nova missão norte-americana que, uma vez mais, não referiu a solução "a dois Estados".
Ao lado de Guterres num encontro com a imprensa, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, também não mostrou qualquer abertura quanto a essa solução, preferindo referir "a obsessão absurda" da ONU quanto a Israel.
"O problema mais urgente" que Israel enfrenta hoje é o Hezbollah e a presença iraniana na Síria, disse o chefe de Governo israelita.
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