“É verdade que os dois anos da pandemia atrasaram a execução do programa dos 26 mil fogos, mas a nossa convicção é que, entre a operação de construção e as medidas intercalares que nos propomos - designadamente o de arrendar para subarrendar - não é uma meta de que devamos desde já desistir e que nos devemos continuar a bater para estar tão próximo quanto possível”, disse António Costa no debate com o Governo sobre política geral que decorre hoje no parlamento.

O primeiro-ministro respondia à líder do BE, Catarina Martins, que terminou a sua intervenção com críticas ao programa de habitação do Governo e também com acusações de não se lembrar “sequer das promessas que fez”, recordando que António Costa prometeu “que havia 26 mil famílias que iam finalmente ter uma casa digna daqui a um ano”.

“Essas casas não existem, não vão existir daqui a um ano. E um programa de habitação sem nenhuma meta nem nenhum número é, de facto, apenas um mau PowerPoint”, criticou Catarina Martins.

Na resposta, o chefe do executivo deixou uma garantia: “se não for às 00:00 do dia 25 de abril de 2024, que possa ser uns meses depois, mas essa meta é uma meta da qual não desistimos e vamos continuar a bater-nos por ela”.

António Costa constatou “que todos têm uma enorme ansiedade em começar a discutir a proposta de lei do governo” relativo à habitação.

“Podiam ter dito então para não alargamos o debate público porque assim já tínhamos aprovado a semana passada uma proposta de lei e já estávamos aqui a discutir. Acho isso um bom sinal porque, quando o Governo aprovar no dia 30, estou certo que há um consenso universal para que possa ser agendada com caráter de urgência e possamos tramitar rapidamente essa proposta de lei”, enfatizou.

Sem querer antecipar o debate, o primeiro-ministro referiu que no programa Mais habitação’ “há um conjunto vasto de medidas para reduzir o preço da habitação”, desde logo uma que é pouco discutida “que é a regulação da fixação das rendas de novos contratos”.