“O Hezbollah denuncia violentamente o assalto das forças de ocupação israelitas à esplanada da Mesquita Al-Aqsa e os seus ataques aos fiéis”, disse o grupo xiita baseado no Líbano.
A polícia israelita entrou na mesquita na madrugada de quarta-feira para retirar cerca de 400 palestinianos que as autoridades de Israel dizem que se tinham barricado no templo com “fogo-de-artifício, paus e pedras”.
Durante os confrontos, a polícia israelita deteve mais de 300 palestinianos.
“O Hezbollah proclama a sua total solidariedade com o povo palestiniano e os movimentos de resistência, e assegura-lhes que estará ao seu lado em todas as medidas que tomarem para proteger os fiéis e a Mesquita Al-Aqsa, e dissuadir o inimigo de continuar as suas agressões”, acrescentou o movimento.
Os incidentes suscitaram condenação e preocupação a nível internacional, dado tratar-se do terceiro local mais sagrado do Islão, depois da Grande Mesquita de Meca e da Mesquita do Profeta de Medina, na Arábia Saudita.
É também o local mais sagrado do Judaísmo, sendo conhecido por Monte do Templo pelos judeus por a Esplanada das Mesquitas ter sido edificada sobre as ruínas do Templo de Salomão, de que restou o Muro das Lamentações.
A violência ocorreu quando os muçulmanos chegaram a meio do mês sagrado do Ramadão e os judeus celebram a Páscoa, num clima particularmente tenso entre israelitas e palestinianos desde o início do ano.
O Hezbollah, inimigo de Israel, tem boas relações com o movimento palestiniano Hamas, no poder em Gaza, e com a Jihad Islâmica Palestiniana.
O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, recebeu representantes dos dois grupos palestinianos em março.
O último grande confronto entre Israel e o Hezbollah, em 2006, deixou mais de 1.200 mortos no lado libanês, maioritariamente civis, e 160 no lado israelita, na sua maioria soldados, segundo a TV britânica BBC.
O Hezbollah, ou Partido de Deus, é uma organização política, militar e social islamista xiita que exerce um poder considerável no Líbano, ainda de acordo com a BBC.
No dia dos incidentes na Esplanada das Mesquitas, vários foguetes foram disparados da Faixa de Gaza, sob domínio do Hamas, contra Israel, cujas forças ripostaram, sem relatos de baixas ou danos.
A Liga Árabe, com sede no Cairo, convocou uma reunião extraordinária para discutir os incidentes na Esplanada das Mesquitas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se “chocado e horrorizado” com as imagens de violência das forças israelitas na Mesquita Al-Aqsa, disse o seu porta-voz na quarta-feira.
O porta-voz destacou que os incidentes ocorreram num momento “sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, que deve ser um momento de paz e não de violência”.
“Os locais de culto devem ser usados apenas para práticas religiosas pacíficas”, acrescentou.
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