“A polícia, o corpo de bombeiros e os militares fizeram tudo para salvar os possíveis sobreviventes, mas sabemos que as hipóteses são mínimas e provavelmente apenas encontraremos os corpos”, disse o governador Romeu Zema, que se deslocou para o local.
Pelo menos sete mortos foram já confirmados após a rutura de uma barragem numa mina da empresa Vale, em Brumadinho, que causou um rio de lama e de resíduos minerais, soterrando as instalações da empresa e destruindo diversas casas na zona.
“Segundo informações confirmadas pelos bombeiros, sete corpos já foram localizados. Ainda não há a identificação das pessoas que morreram”, referiu o Governo do Estado de Minas Gerais em comunicado.
O documento acrescenta que nove pessoas foram retiradas com vida da lama e que cerca de cem que ficaram isoladas foram resgatadas.
“Segundo dados transmitidos pelo representante da Vale ao governador mineiro, havia 427 pessoas no local, sendo que 279 foram resgatadas vivas. E são cerca de 150 pessoas desaparecidas, no momento, com vinculação à empresa”, acrescenta o documento.
São cerca de cem os bombeiros que estão no local e o contingente será aumentando para o dobro em breve, existindo também helicópteros e outros meios a participar nas buscas.
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou que vai sobrevoar hoje a área afetada pela rutura da barragem.
Jair Bolsonaro garantiu que o Governo vai “tomar todas as medidas ao seu alcance” para minimizar o sofrimento “dos familiares das possíveis vítimas” e também das questões ambientais.
O Governo já anunciou a criação de um gabinete de crise para ajudar os afetados que envolve vários ministérios, estando vários meios no local a trabalhar.
Segundo a empresa mineira Vale, detentora da barragem que rebentou, a área administrativa da empresa foi atingida pela lama, contendo funcionários no seu interior.
O presidente do conselho de administração da Vale, Fabio Schartzman, afirmou que desconhece o que esteve na origem da rutura da barragem.
“As principais vítimas foram os nossos trabalhadores”, disse, referindo que um restaurante foi destruído pela lama à hora de almoço.
Fabio Schartzman salientou que o caso de hoje é uma “tragédia humana maior do que aquela que ocorreu em Mariana”, mas explicou que os impactos ambientais devem ser menores.
Há quase três anos, uma das barragens da empresa Samarco, controlada pelos acionistas Vale e BHP, rebentou na cidade de Mariana, no estado de Minas Gerais, originando uma torrente de lama que destruiu fauna, flora e construções ao longo de 650 quilómetros.
Este desastre causou 19 mortos, além de ter deixado desalojadas milhares de famílias.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MBA) considerou que a rutura da barragem em Brumadinho era uma “tragédia anunciada”, referindo que já tinha efetuado diversos alertas.
A organização não governamental salientou que, desde 2015, quando ocorreu uma tragédia semelhante na cidade de Mariana, também no estado de Minas Gerais, que tem vindo a alertar para os riscos na mina em que ocorreu o acidente na barragem e cuja ampliação foi aprovada apesar das advertências.
“Desde 2015 que inúmeras denúncias foram efetuadas sobre o risco de rompimento de barragens do complexo em Brumadinho, mas mesmo assim teve a sua ampliação aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental em dezembro passado”, referiu a organização em comunicado.
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