No sábado, numa receção alusiva ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, realizada na Escola Portuguesa de Macau, Ho Iat Seng disse que os portugueses que vivem no território têm “desempenhado o seu papel com total lealdade e empenho”.

O chefe do Executivo de Macau prometeu o “estrito cumprimento da Lei Básica e continuar a propiciar melhores condições em prol do bem-estar de todos os residentes de Macau, incluindo da comunidade portuguesa”.

Em abril, numa entrevista à Lusa, o advogado português Jorge Menezes, radicado em Macau, disse que, face à “violação de direitos fundamentais” dos residentes do território, a China não está a cumprir a Declaração Conjunta Sino-Portuguesa.

O acordo, assinado a 13 de abril de 1987 e que levou à criação da Lei Básica, a miniconstituição de Macau, prevê a manutenção dos direitos, liberdades e garantias durante um período de 50 anos.

No sábado, Ho Iat Seng defendeu que “o profundo intercâmbio das culturas chinesa e portuguesa” proporciona “vantagens singulares” para o papel que Macau quer ter, oferecendo serviços comerciais e financeiros na ligação entre a China e os países lusófonos.

Num discurso, o líder do Governo lembrou que a ligação entre Macau e Portugal é “de longa data” e disse que as relações diplomáticas entre Pequim e Lisboa são “amistosas”.

Ho recordou a visita que efetuou em abril a Portugal, acompanhado de uma comitiva de 50 empresários locais, liderada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, que visitou várias empresas portuguesas.

O chefe do Executivo disse que a primeira deslocação ao exterior após a pandemia serviu “para impulsionar o alargamento do intercâmbio e cooperação nas áreas da economia e comércio, da inovação científica e tecnológica, da saúde, da cultura e do ensino da língua portuguesa”.

Na semana passada, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, anunciou que o Governo vai lançar, em breve, o Curso de Formação de Língua Portuguesa, com uma duração de quatro anos, para criar “mais cedo, uma boa base” para os estudantes que pretendam prosseguir estudos em Portugal.