Um homem "lançou ameaças verbais" na sede do Chega e "dizia ter algo dentro de uma mochila", referiu ao SAPO24 fonte do Chega, que adianta que o presidente do partido, André Ventura, está no Funchal.

Fonte da polícia adiantou ao SAPO24 que o homem disse querer "matar André Ventura".

A PSP confirmou que o homem entrou dentro do edifício, na rua Miguel Lupi, e que afirmou transportar uma mochila com "um engenho explosivo".

As autoridades "intercetaram o indivíduo, que neste momento está sob alçada da PSP". À Lusa, o subintendente Sérgio Soares frisou que "pode haver uma questão do foro psicológico" em causa.

O homem foi entretanto "conduzido para uma esquadra", onde está a ser avaliado a nível psicológico pois apresentava um "discurso completamente incoerente", o que poderá levar a um "internamento compulsivo [numa unidade hospitalar] e não a uma detenção", referiu Sérgio Soares.

Foi instalado no local um perímetro de segurança e o edifício foi evacuado, estando todos os funcionários da sede do Chega na rua.

O subintendente indicou também que a rua está cortada à circulação, tendo sido estabelecido um perímetro de segurança na envolvência do edifício.

Este perímetro foi mais tarde alargado, estando cortada também parte da Calçada da Estrela, junto ao parlamento, até à Avenida Dom Carlos I, enquanto a equipa de inativação de explosivos se encontra a avaliar o conteúdo da mochila, referiu a PSP, dizendo que ainda não foi confirmado se se trata efetivamente de uma bomba.

As autoridades estão no local com um equipa do Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo (Ciexss) para avaliação da mochila do suspeito.

O porta-voz da polícia disse também que a Assembleia da República "não sofreu qualquer constrangimento" e ninguém foi retirado, assim como da residência oficial do primeiro-ministro, que também fica nas imediações.

Sérgio Soares não confirmou quantos meios foram acionados para o local, referindo estarem elementos do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis), da divisão de trânsito e da Unidade Especial de Polícia.

A PSP indicou também que não há registo de feridos.

André Ventura já reagiu ao sucedido

À chegada para uma arruada no Funchal, na ilha da Madeira, onde se encontra a participar na campanha para as eleições regionais, o presidente do Chega disser ter muito pouca informação sobre o incidente. “Alguém teria entrado ou tentado entrar na nossa sede, ter dito que transportava um engenho explosivo e quereria matar-me”.

André Ventura indicou que o partido “entrará em contacto com as autoridades durante o resto do dia de hoje” e que seria avaliada a existência de “algum potencial de risco maior” onde está ou se esta foi “uma situação isolada”.

O líder do Chega considerou ainda "lamentável que esta escalada de violência possa continuar", adiantando que o partido vai reavaliar a segurança que tem na sede e a sua segurança pessoal.

Em comunicado divulgado praticamente ao mesmo tempo que André Ventura falava aos jornalistas, o partido alegou que “tudo isto surge como resultado do clima de ódio e de cancelamento que a extrema-esquerda tem criado, nas últimas semanas, a partir de declarações, das outras bancadas, face à liberdade de expressão e à política de perseguição”.

O Chega considerou “ser totalmente inadmissível que nos 50 anos do 25 de Abril ainda existam episódios deste tipo” e repudiou “qualquer tipo de comportamento de violência”.

Entretanto, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, escusou-se hoje a comentar o caso da ameaça de bomba no edifício da sede do Chega, remetendo para a posição já assumida pelo PSD.

“O PSD já se pronunciou no parlamento”, disse Montenegro aos jornalistas, em Braga, no final do Conselho de Ministros.

O líder parlamentar e secretário-geral do PSD expressou solidariedade ao Chega, em nome da bancada e do partido, condenando a ameaça de bomba.

“Queria, em nome do grupo parlamentar do PSD e também na qualidade de secretário-geral do PSD, expressar uma palavra de solidariedade ao partido Chega perante o episódio que acabou de acontecer. Creio que deve ser condenado de forma veemente e nós condenamo-lo”, afirmou.

Hugo Soares disse já ter contactado quer o presidente do Chega, André Ventura, quer o líder parlamentar, Pedro Pinto, para expressar “esta solidariedade em nome do grupo parlamentar e do PSD”.

*com Lusa