Em resposta à agência Lusa, fonte do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) revelou que, caso a situação pandémica em Portugal se agrave, aquela unidade hospitalar “replicará” o modelo adotado “noutros picos de incidência”.

“É provável que a razão ‘doentes internados e casos positivos na comunidade’ diminua graças à vacina”, afirmou, antevendo, no entanto, que o hospital se adaptará por fases.

“No pior cenário”, o Hospital Santo António deverá completar as vagas nas atuais enfermarias e unidades de cuidados intensivos dedicadas à covid-19.

Converter uma enfermaria de 25 camas (atualmente em “pousio”) em unidades de covid-19, bem como as enfermarias de medicina interna e infecciologia, será o passo seguinte, podendo posteriormente ser recrutados “profissionais de diferentes especialidades, com eventual prejuízo de outras atividades”.

Do mesmo modo, também o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) está preparado para, em caso de necessidade, “ativar o plano de contingência”, revelou à Lusa, Nelson Pereira, diretor do Serviço de Urgência do CHUSJ.

“Já estamos desde o último fim de semana a ter um aumento significativo de casos sobretudo no serviço de urgência. Certamente que vai acontecer nas próximas semanas”, afirmou.

Nelson Pereira salientou estar convencido, contudo, que esta vaga “não terá, de todo, as características das outras” e que o impacto sobre o sistema hospitalar “não será tão significativo”.

“O que nos assusta não é propriamente a covid-19, mas o comportamento social que está praticamente normalizado e o que isso está a fazer em termos de aumento das infeções respiratórias, que é notório, em oposição ao que aconteceu nos invernos passados”, revelou.

À Lusa, Nelson Pereira disse ainda que a afluência ao serviço de urgência de pessoas com outras infeções respiratórias aumentou 6% comparativamente a 2019, ao período pré-pandemia.

“O que nos preocupa é termos um inverno muito difícil por causa da covid-19, mas com muitas infeções respiratórias, com maior pressão sobre os serviços de urgência e sobre os hospitais, num contexto de alguma disfunção da rede de urgência”, acrescentou.