“Diria que o panorama é exigente, é complexo, temos sentido uma pressão na procura, mas a situação no hospital é estável (…). Vamos gerindo os próximos dias e semanas que serão seguramente de forte procura. É provável que possam vir a acontecer [cenários de maior pressão como se verificam em outras zonas do país]. Temos de estar preparados e antecipar a resposta. Aqui no hospital temos tentado estar um passo à frente da epidemia”, disse o presidente do conselho de administração, Fernando Araújo.

Atualmente estão internados neste hospital do Porto “mais de 150 doentes” com o novo coronavírus, dos quais 45 em cuidados intensivos.

Fernando Araújo apontou que o Hospital de São João recebeu de vários hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo “cerca de uma dezena de doentes”.

“Temos ainda capacidade, de acordo com o plano, de desviarmos [recursos] de situações programadas para situações mais agudas (…). Vamos continuar a ter a abertura para colaborar com os profissionais, utentes e instituições que nos possam vir a pedir apoio. Todos somos poucos para dar uma resposta com o nível de exigência que o país está a enfrentar”, referiu o responsável.

Fernando admitiu que a ocupação é “elevada”, apontado para “taxas de 85% em algumas áreas e próximos dos 95% em outras”, mas o responsável garantiu que “há uma enorme plasticidade do hospital” para responder à procura.

“Estamos a seguir o nosso plano de contingência (…). O plano está preparado para as situações mais complexas e exigentes e para os cenários que possam ser mais preocupantes. Neste momento não é necessário abrir mais espaços, mas todos os dias tentamos equilibrar a resposta do hospital para covid e não covid ao aumento de procura”, descreveu.

O Hospital de São João tem ativado neste momento o nível dois do plano de contingência de um total de quatro níveis de ativação.

Num dia dedicado à toma da segunda dose da vacina contra a covid-19 por cerca de 2.400 profissionais de saúde do Centro Hospitalar e Universitário de São João, e na segunda semana consecutiva em que Portugal atinge máximos de mortes e número de infeções pelo novo coronavírus, Fernando Araújo deixou novos apelos aos cuidados.

“A vacina não nos deve deixar descansar relativamente às medidas de segurança: máscara, lavagem das mãos, distanciamento”, sublinhou.

Quanto ao aparecimento de novas estirpes, Fernando Araújo admitiu que é uma situação “preocupante”.

O facto de eventualmente terem um aumento da capacidade de transmissão é preocupante. gora discute-se da gravidade da doença. Isso faz-nos estar sempre muito atentos”, referiu.

Já sobre as faixas etárias dos doentes que têm vindo a ser internados neste hospital, o responsável admitiu que se têm registado “casos mais graves em indivíduos mais jovens”, mas em termos absolutos, disse, “é nas idades mais avançadas que se regista o maior número de doentes”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.107.903 mortos resultantes de mais de 98,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, enquanto em Portugal morreram 10.194 pessoas dos 624.469 casos de infeção confirmados.

De acordo com o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde, Portugal registou 274 mortes relacionadas com a covid-19, o maior número de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia, e 15.333 casos de infeção com o novo coronavirus, também um novo máximo diário.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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