“O comportamento do Presidente López Obrador em relação à crise da covid-19 é um exemplo extremamente perigoso que ameaça a saúde dos mexicanos”, disse em comunicado o diretor da divisão das Américas da HRW, José Miguel Vivanco, citado pela agência France-Presse.
O responsável das Américas desta ONG considerou que o chefe de Estado do México expõe a população a “graves perigos”, devido ao “desinteresse” e o “descuido” no fornecimento de “informações reais sobre a pandemia” da covid-19.
A nota acrescenta que o Presidente mexicano também tem recusado seguir as recomendações das autoridades sanitárias para impedir a disseminação da doença.
Segundo a Human Rigths Watch, Andrés Manuel López Obrador tem incentivado a população a sair de casa para aproveitar os espaços públicos e foi também visto a abraçar e a cumprimentar com beijos os seus apoiantes — comportamentos que têm sido desaconselhados a nível mundial.
O Presidente do México “demonstrou uma relutância escandalosa em fornecer informações precisas e comprovadas sobre os riscos de um vírus que já matou milhares de pessoas em todo o mundo”, prossegue o comunicado, recomendando a López Obrador que leve o “problema a sério”.
O comportamento do chefe de Estado contrasta com as medidas tomadas por vários Estados mexicanos, que há semanas pediram à população para manter o isolamento social e, na medida do possível, o isolamento profilático.
Com a escalada da pandemia no país — que registou pelo menos 475 casos de infeção e seis mortes -, López Obrador finalmente recomendou a permanência em casa e o distanciamento físico.
O Governo mexicano ordenou também a suspensão de certas atividades que juntavam muitas pessoas e destacou os militares para ajudar na resposta a esta emergência de saúde.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com quase 260.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até quarta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 4.089, entre 56.188 casos de infeção confirmados até hoje.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.285 casos (mais de 74 mil recuperados) e regista 3.287 mortes.
O continente africano registou até hoje 73 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 2.700 casos, em 46 países.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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