Gergely Gulyas, chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, disse hoje que Nikola Gruevski, 48 anos, que fugiu da Macedónia para evitar cumprir uma pena de dois anos de prisão por acusações de corrupção, declarou a intenção de solicitar asilo numa delegação diplomática húngara fora da Macedónia.

Gulys disse ainda que as autoridades locais “não têm nada a ver com a situação” na sequência da fuga de Gruevski da Macedónia, mas “garantiu” que este não pode abandonar a Hungria.

O atual Governo macedónio já apelou à Hungria para extraditar Gruevski, primeiro-ministro entre 2006 e 2016.

As autoridades húngaras “estão a proceder de acordo com os apropriados protocolos de segurança” em relação ao Gruevski, insistiu Gulyas, para acrescentar que Orban “achou muita piada” quando diversas informações sugeriram que Gruevski, um próximo aliado político, estava a viver em sua casa.

Gulyas referiu que, por motivos de segurança, Gruevski foi interrogado sobre o pedido de asilo em Budapeste e não numa zona de trânsito na fronteira, como sucede com a maioria dos requerentes de asilo que solicitam a avaliação do pedido.

O ministério dos Negócios Estrangeiros da Macedónia disse que o chefe da diplomacia, Nikola Dimitrov, e o seu homólogo húngaro, Peter Szijjarto, mantiveram hoje uma conversa telefónica sobre o caso.

Dimitrov assinalou que Gruevski, condenado em maio sob a acusação de ter influenciado ilegalmente funcionários do ministério do Interior sobre a aquisição de um veículo de luxo, também está indiciado em outros processos relacionados com crimes graves.

Em paralelo, o Comité Helsínquia macedónio, uma organização de direitos humanos, criticou com veemência o sistema judicial do país e o ministério do Interior por não terem impedido a saída de Gruevski do país, e pediu uma “apurada investigação” para determinar responsabilidades.