Esta decisão foi tomada depois do levantamento de necessidades feito pelas equipas que se encontram na cidade da Beira, Moçambique, na sequência do ciclone Idai.
Segundo uma nota do INEM enviada à Lusa, três profissionais do instituto integraram já as equipas de reconhecimento e a força operacional conjunta que foram destacadas para Moçambique na última semana e que são coordenadas pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
O módulo de emergência médica do INEM – geralmente conhecido como hospital de campanha – tinha recebido na semana passada a certificação da Organização Mundial de Saúde, passando a poder integrar missões humanitárias de resposta em acidentes graves ou catástrofes a nível internacional.
O hospital de campanha e a respetiva equipa de 28 profissionais têm o objetivo de prestar cuidados de saúde a populações afetadas por emergências complexas ou por catástrofes.
Este módulo de emergência médica permite fazer triagem e avaliação inicial de vítimas, estabilizar essas vítimas de trauma ou doença, tratar em definitivo situações de trauma ou doença e tem disponível suporte imagiológico por raio-X.
Entre os 28 profissionais da equipa do INEM estão seis médicos, sendo um pediatra, um infecciologista, dois de medicina interna um de medicina física e reabilitação e mais um cirurgião.
A equipa é ainda composta por nove enfermeiros, cinco técnicos de emergência pré-hospitalar, um técnico de raio-X, um farmacêutico, um psicólogo, um técnico de informática e comunicações e quatro profissionais de logística.
O módulo de emergência e a equipa do INEM partem hoje para Moçambique, em voo comercial, que sairá do aeródromo de Figo Maduro.
Segundo a nota do INEM, a ministra da Saúde, Marta Temido, vai acompanhar, pelas 18:00, a partida da equipa.
O hospital de campanha que será enviado para Moçambique esteve em processo de certificação ao longo de vários meses, tendo recebido a certificação na semana passada, com a presença em Lisboa de peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre eles o médico português Nelson Olim.
“É um passo gigante que o INEM deu neste momento, de ter a sua estrutura médica de emergência em linha com o que são os novos ‘standards’ internacionais pela OMS”, afirmou Nelson Olim à agência Lusa no momento da certificação.
Segundo o perito da OMS, o INEM passa a fazer parte de “um grupo muito restrito” de 23 equipas a nível internacional que passam a ter esta certificação dos seus módulos de emergência médica, vulgarmente designados como hospitais de campanha.
Esta certificação permite que, uma vez no terreno, as equipas estejam mais coordenadas, possam partilhar recursos, organizar-se e “prestar uma assistência muito mais eficaz”.
Com este programa de certificação, a OMS pretende que as equipas de emergência, quando vão para o terreno, “não se tornem elas próprias um peso”.
“Até aqui, muita da resposta internacional era feita de uma forma um pouco ‘ad hoc’ com equipas que se constituíam em resposta à emergência e as pessoas mandavam aquilo que tinham”, explica Nelson Olim.
A partir de agora, estas equipas e equipamentos certificados, como o do INEM, passam a ter de ser autossustentáveis quando vão para o terreno, tendo de garantir a própria alimentação, consumíveis, medicamentos e tudo o mais que seja necessário.
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