“Nós sabíamos desde o princípio, desde a marcação das eleições, que o apelo ao voto útil se ia tornar o centro da campanha dos partidos grandes e é, provavelmente, a maldição dos partidos pequenos por as pessoas acharem que eles não são tão úteis porque não podem ganhar”, afirmou João Cotrim Figueiredo, durante uma ação de campanha por Aveiro.
De visita à Festa de São Gonçalinho, Cotrim Figueiredo assumiu que tem tentado explicar às pessoas que a utilidade do voto não tem só a ver com o ganhar as eleições legislativas de 30 de janeiro, mas com a forma como influencia as políticas.
Na sua opinião, as escolhas das pessoas devem ser tão claras e pessoais quanto possível.
Logo, acrescentou, se gostam de 80%, 90% ou 100% das propostas de determinado partido é nesse que devem votar, independentemente de ser “muito pequeno ou muito grande”.
“Quero que as pessoas percebam que muitos anos a votar em coisas só porque isso é que assegura uma governabilidade, estabilidade ou outra coisa qualquer, que não tem a ver com as políticas concretas que os partidos estão a propor, tem-se traduzido neste marasmo e mistura de políticas e de opiniões”, sublinhou.
Enquanto abordava as pessoas na festa, Cotrim Figueiredo fazia questão de ressalvar não fazer campanha de convencimento, apesar de ir dizendo que “o voto mais útil de todos” é na Iniciativa Liberal, sobretudo para aqueles que querem uma alternativa ao socialismo.
E, questionado sobre o porquê, o liberal apressou-se a responder que as propostas que a IL põe em cima da mesa mais ninguém põe, nomeadamente a “vontade de mudar sem medo”.
“Desculpem não percebo como é que alguém pode estar satisfeito em 2022 com este estado de coisas, faz-me a maior das impressões. Isto é uma miséria”, frisou.
Os partidos políticos que estão há muito tempo no poder, sejam pequenos, grandes, de esquerda ou de direita, perdem “a vontade de mudar porque ficam demasiado dependentes dos seus próprios aparelhos”, considerou.
E apontando novamente a “mira” ao PS, Cotrim Figueiredo recordou que os socialistas estão há 19 anos dos últimos 25 a governar Portugal e, quando assim não foi, foi porque deixaram “um pântano de uma vez e uma bancarrota da outra”.
Portanto, salientou, o PS já deu provas de que não faz ideia de como pôr o país a crescer.
Sobre as mais de 19 mil pessoas que se inscreveram para votar antecipadamente em mobilidade nas eleições legislativas até ao final da manhã de hoje, segundo dados oficiais avançados à agência Lusa pelo Governo, o liberal considerou um “bom sinal” porque pode indiciar uma boa participação eleitoral.
Apesar dessa possibilidade, o presidente da IL vai votar no dia oficial das legislativas e em Lisboa, distrito pelo qual é cabeça de lista.
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