“A paróquia da cidade de Torres Vedras manifestou-se ofendida com a presença da imagem no monumento e solicitou a sua remoção”, refere em comunicado a autarquia, que organiza o evento em conjunto com a empresa municipal Promotorres.

“Sabendo que no Carnaval a sátira não deve ser levada a mal, mas cientes do desconforto que esta poderia causar nos foliões crentes, a organização do Carnaval de Torres Vedras optou por solicitar ao artista plástico a remoção da imagem do monumento”, justificou.

Num ano em que o Carnaval é alusivo a tudo o que é tipicamente português, o monumento é composto por vários símbolos da identidade portuguesa, como o tradicional elétrico, o Zé Povinho, os futebolistas Cristiano Ronaldo e Eusébio, as artistas Joana Vasconcelos, Marisa e Amália Rodrigues, antigos e atuais políticos e dirigentes desportivos, todos vítimas da tradicional sátira político-social deste Carnaval.

Neste contexto, já depois da inauguração do monumento, os autores do monumento decidiram juntar-lhe a ‘Santa da Bola’, uma imagem de Nossa Senhora, com uma bola no lugar do rosto e empunhando uma placa onde se lia “Cristiano! Dá-me a tua camisola!”.

Num comunicado divulgado na página da sua empresa, o artista Bruno Melo mostrou a “sua indignação” perante o pedido para a remoção da imagem, lembrando que “a liberdade de expressão criativa sempre foi imagem de marca” do Carnaval de Torres Vedras.

O Carnaval de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, realiza-se de 1 a 5 de março, aguardando por 400 mil visitantes.

O Carnaval mantém os habituais corsos diurnos e noturnos, em que desfilam os carros alegóricos, conhecidos pela sátira político-social e milhares de foliões mascarados, muitos dos quais disfarçados de matrafonas (homens mascarados de mulheres), como é típico no concelho.

A organização decidiu este ano reduzir de oito para sete os carros alegóricos, para facilitar a circulação, face à afluência de pessoas nas ruas.

Depois dos corsos, a animação continua madrugada fora ao som de 'dj' nos bares e em palcos instalados em recintos ao ar livre na cidade.

Face ao tema deste ano, o Carnaval não esquece este ano a música popular portuguesa e apresenta como principal novidade do programa os concertos dos artistas Rosinha e Saul, nas noites de sábado e segunda, num dos quatro palcos ao ar livre.

Os festejos atraem por ano cerca de 400 mil visitantes e geram receitas de cerca de 10 milhões de euros na economia local, levando este ano o Ministério da Economia a associar-se ao evento.

A câmara candidatou em 2016 o seu Carnaval a Património Nacional Imaterial, o primeiro passo para vir a ser reconhecido como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

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