O juiz distrital Michael Simon concedeu uma ordem formal preliminar que impede a ordem da administração Trump de entrar em vigor no domingo, sendo que não se sabe para já quando é que o juiz irá tomar uma decisão final.
Sete cidadãos norte-americanos e uma organização sem fins lucrativos interpuseram uma ação federal na quarta-feira alegando que a ordem impediria a entrada de quase dois terços de todos os possíveis imigrantes legais.
No processo alegam também que a ordem reduziria muito ou eliminaria o número de imigrantes que entram nos Estados Unidos com vistos pagos pelas famílias.
“Estamos muito agradecidos por o tribunal ter reconhecido a necessidade de bloquear imediatamente a proibição de assistência médica”, disse Esther Sung, que defendeu os direitos dos queixosos na audiência, citada pela agência Associated Press.
“A proibição separaria famílias e reduziria dois terços da imigração com base em cartões verdes a partir desta noite, caso a proibição não fosse interrompida”, acrescentou.
A ordem assinada pelo presidente Donald Trump no início do mês de outubro destina-se a todas as pessoas que querem um visto de imigrante e estão fora dos Estados Unidos e não a quem já está no território. Não afeta residentes permanentes legais e não se aplica a requerentes de asilo, refugiados ou crianças.
Definia que os imigrantes fossem impedidos de entrar nos Estados Unidos a menos que estivessem cobertos por um seguro de saúde nos 30 dias seguintes à entrada ou tivessem recursos financeiros suficientes para pagar quaisquer custos médicos.
Esta ordem é o mais recente esforço do governo de Donald Trump para limitar o acesso de imigrantes a programas públicos ao tentar mudar o sistema de imigração de um modelo familiar para um sistema de mérito.
Em comunicado, em reação à decisão judicial, a Casa Branca disse que muitos não-cidadãos estão a aproveitar-se dos “generosos programas de saúde pública” do país e que os imigrantes contribuem para o problema de “custos de saúde não compensados”.
Sob a regra do visto do governo, o seguro exigido pode ser adquirido individualmente ou fornecido por um empregador.
Segundo dados do Instituto de Políticas Migratórias, um organismo apartidário, 57% dos imigrantes nos Estados Unidos tinham seguros de saúde privados em 2017, contra 69% dos cidadãos norte-americanos, e 30% tinha cobertura de assistência de saúde pública, em comparação com 36% dos nativos do país.
A taxa de imigrantes sem qualquer cobertura de saúde caiu de 32% para 20% entre 2013 e 2017, revelou o instituto.
Todos os anos há cerca de 1,1 milhões de pessoas que obtêm o cartão verde.
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