“As ações do Presidente violaram seriamente a Constituição”, disse Pelosi aos jornalistas esta quinta-feira em conferência de imprensa em Washington.
“É a nossa democracia que está em jogo”, disse Pelosi. “O Presidente não nos deu outra alternativa senão atuar porque está a tentar corromper, uma vez mais, as eleições para seu próprio benefício”, continuou.
Os factos atribuídos ao Presidente justificam, assim, a continuação do processo de impeachment.
Os artigos de acusação serão agora submetidos a uma votação na Câmara de Representantes.
Tendo em consideração a maioria democrata na Câmara, Trump tem grandes probabilidades de entrar para os livros de história como o terceiro presidente a ser acusado num processo de impeachment, depois de Andrew Johnson em 1868 e Bill Clinton em 1998, ambos depois exonerados. Richard Nixon renunciou antes da etapa definitiva do processo, em 1974.
O Senado seria o responsável por julgar de seguida o Presidente, com a necessidade de maioria de dois terços para a destituição, o que parece bastante improvável. Os republicanos são maioria no Senado e, no momento, apoiam Trump em peso.
"Provas esmagadoras" de "conduta inapropriada"
Esta terça-feira, dia 3 de dezembro, o inquérito que visa a destituição de Donald Trump reuniu "provas esmagadoras" de "conduta inapropriada" do Presidente, segundo o relatório oficial da comissão parlamentar que realizou as investigações.
“O inquérito de destituição mostrou que o Presidente Trump, pessoalmente e através de agentes, dentro e fora do governo, solicitou a ingerência de um país estrangeiro, a Ucrânia, para favorecer a sua campanha de reeleição”, segundo este relatório da comissão de Informações da Câmara dos Representantes, de maioria democrata.
“O Presidente condicionou um convite (ao Presidente ucraniano) para uma ida à Casa Branca e a ajuda militar à Ucrânia ao anúncio de inquéritos favoráveis à sua campanha” eleitoral, detalharam os autores do documento, que também acusaram Trump de ter “entravado” as investigações.
A comissão de Informações da Câmara dos Representantes concluiu, assim, que Trump "colocou os seus interesses pessoais e políticos acima dos interesses nacionais, tentando mascarar a integridade do processo eleitoral americano e colocando em risco a segurança nacional".
O presidente norte-americano, Donald Trump, está a ser investigado por ter pedido ao homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, que investigasse uma empresa ucraniana da qual foi administrador o filho do ex-vice-presidente Joe Biden, dado como favorito a concorrer pelos democratas nas eleições de 2020.
Durante dois meses, o Comité de Inteligência da Câmara dos Representantes realizou uma investigação para determinar se houve abuso de poder por parte de Trump para pressionar Kiev, congelando uma ajuda militar de aproximadamente 400 milhões de dólares destinada ao país.
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