“Uma das viaturas (com 15 anos) não está muito obsoleta, a outra viatura (35 anos) sim, mais obsoleta, para nas rotundas. Não temos aquela resposta que gostaríamos de dar, temos os recursos limitados”, lamentou o comandante da corporação, José Alexandre, em declarações à agência Lusa.
No comando dos Bombeiros de Marvão desde o dia 27 de abril, José Alexandre lamenta ainda que a corporação viva com “recursos limitados”, quando tem que sair do seu espaço de ação no distrito de Portalegre, integrando grupos de combate aos incêndios.
“É complicado porque as viaturas não nos dão garantias a 100%. E cada vez mais temos que ter uma política de segurança para com os nossos bombeiros e, para fazer face às nossas responsabilidades, necessitávamos de um carro de combate a incêndios”, acrescentou.
José Alexandre explicou que esta situação já foi debatida com a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marvão.
“O que seria bom era existirem candidaturas do Estado, porque as direções (dos bombeiros) não têm dinheiro, cada vez menos estas casas de cariz associativo têm dinheiro”, lamentou.
Com cerca de 30 bombeiros no ativo, as questões que envolvem o voluntariado na corporação também preocupam o comandante, que considera “muito difícil” hoje em dia formar um bombeiro.
“Hoje em dia formar um bombeiro é muito difícil, ao abrigo do ingresso, de tudo aquilo que eles têm para cumprir. Só ao fim de um ano e pouco é que conseguimos ter um bombeiro capacitado para fazer serviço e, hoje em dia, os jovens não estão um ano à espera para começar a fazer serviço”, afirmou.
Contactado pela Lusa, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Marvão, Luís Vitorino, explicou que já reportou à Proteção Civil e ao Ministério da Administração Interna os problemas relacionados com as viaturas de combate a incêndios.
Luís Vitorino, que desempenha também a função de presidente do município de Marvão, sublinhou que a câmara “tem investido muito” na proteção civil, mas que “há um longo caminho a percorrer”.
“Nós temos bons carros de emergência médica, mas não temos bons carros para combate a incêndios. Nem temos um auto comando, temos algumas lacunas que nos faz falta resolver”, disse.
Luís Vitorino indicou que, no orçamento camarário para este ano, “não é possível fazer mais” em prol dos bombeiros, esperando inscrever verbas no orçamento do município de Marvão para 2019, no sentido de adquirir “mais alguns” equipamentos.
“Se tivermos aqui algum incêndio nas nossas serras (inseridas no Parque Natural da Serra de São Mamede), o turismo vai ressentir-se na nossa economia vai ter um decréscimo e isso não pode acontecer”, alertou.
O autarca garantiu que o município vai “continuar a investir” na área da Proteção Civil, dando como exemplo as obras de construção de um novo quartel para os bombeiros que estão a decorrer, projeto que conta com um investimento “superior a 400 mil euros”.
As obras do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Marvão devem ficar concluídas “até ao final deste ano”.
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