"É evidente que as fases de prontidão de meios relacionadas com o correr do calendário já não fazem sentido, elas têm de ser flexíveis e estar relacionadas com as condições meteorológicas que em cada momento se verificam, em cada zona do país", afirmou hoje, na Covilhã, distrito de Castelo Branco, a líder centrista, Assunção Cristas.
Assunção Cristas falava à margem do Conselho Nacional do CDS, que foi marcado para a análise dos resultados deste partido nas últimas eleições autárquicas, mas que, tendo em conta os acontecimentos nacionais relacionados com os incêndios, acabou por ter a questão dos fogos como ponto inicial.
Numa declaração aos jornalistas, Assunção Cristas explicou que o CDS já tem propostas delineadas, que abrangem a melhoria das respostas de Proteção Civil, bem como para o apoio aos familiares das vítimas e a recuperação estrutural das zonas afetadas com especial incidência para os lesados.
À semelhança do que o Presidente da República também já defendeu, Assunção Cristas frisou que aquilo que se convencionou chamar de "época de incêndios" não faz sentido e defendeu que se deve adaptar a disponibilização dos meios às condições meteorológicas.
O reforço dos meios existentes em Portugal, nomeadamente das equipas profissionais, será outra das propostas que o CDS pretende apresentar.
Questionada sobre a integração das Forças Armadas nas ações de combate, a líder centrista também não afastou a possibilidade: "Não podemos desperdiçar nenhum recurso e certamente que as Forças Armadas podem ter um papel ativo em ligação com outras entidades", disse.
Entre as propostas que o CDS está ainda a da criação de uma unidade de missão, que trabalhe no sentido de ajudar a que os apoios cheguem mais rapidamente aos lesados, nomeadamente ajudando a formalizar as candidaturas a verbas que estejam ou venham a ficar disponíveis.
Para o CDS essa unidade deverá ser liderada por uma pessoa de "reconhecido mérito" e a estrutura deverá afirmar-se como "elo de ligação" entre as populações, as empresas e os organismos do Estado, em rede com as autarquias.
Assunção Cristas assinalou ainda que o CDS se associará à reivindicação de que as despesas adicionais relacionadas com as respostas não contem para o défice reportado a Bruxelas e voltou a frisar que outra das medidas que têm de ser contempladas se prende com o apuramento de responsabilidades e o pagamento de indemnizações aos familiares das vítimas.
"Sabemos que nada traz as vidas de volta, mas pelo menos uma reparação ajuda, e ajudará, certamente, essas famílias e ajuda a mostrar a responsabilidade do Estado, de um Estado comprometido com a proteção dos seus cidadãos", disse.
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