"O Governo entendeu não prolongar a fase Charlie sendo que na fase Delta os meios no terreno são reduzidos. Os incêndios continuam a lavrar no centro e norte de Portugal, sendo que recentemente se registaram alguns de grande dimensão nos distritos de Coimbra, Santarém, Viseu e Braga", sustentam na pergunta dirigida ao Ministério da Administração Interna.
O CDS-PP sublinha que o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural decidiu prolongar até dia 15 de outubro o "período crítico de incêndios" no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndio, mas esta "assunção de maiores riscos" por parte da tutela não foi "acompanhada pelo prolongamento da fase Charlie, que é a que garante a maior disponibilização de meios".
"Vai o Governo prolongar o período crítico para além de 15 de outubro se se mantiverem as previsões meteorológicas atuais? Pode o governo garantir que menor disponibilidade de meios resultantes do fim da fase Charlie não teve consequências nos resultados do combate aos incêndios dos últimos dias, que ainda lavram?", questionam os deputados centristas.
O secretário de Estado da Administração Interna considerou hoje que o combate aos incêndios dos últimos dias não foi prejudicado com a redução de meios, que foi de 40 por cento em relação à época mais crítica.
"O corte dos meios não tem a ver com os incêndios que neste momento vemos e que, às vezes, queremos fazer uma ligação direta" com o que está a acontecer e a falta de recursos, disse Jorge Gomes, em declarações à agência Lusa.
O secretário de Estado adiantou que em 01 de outubro, com o início da fase Delta, foi feito um "corte de 40 por cento" dos meios de combate em relação à fase mais crítica de incêndios florestais - a Charlie, que terminou a 30 de setembro -, sendo o corte "devidamente calculado".
"Neste momento mantemos ainda na fase Delta 5.518 operacionais, 1.307 viatura e 18 meios aéreos pesados", sublinhou.
Além destes meios da fase Delta, adiantou, o dispositivo de combate aos fogos foi reforçado, desde 01 de outubro, com 50 equipas dos corpos de bombeiros, significando mais 250 operacionais, e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) criou grupos de reforços a incêndios florestais, que "estão à disposição das necessidades em qualquer ponto do país".
Comentários