“No ano de 2022 a área ardida é praticamente a mesma de todo o ano de 2021. Só em janeiro de 2022, em pleno inverno, ardeu o dobro do que em agosto de 2021. Este ano, Viana do Castelo é quarto distrito com mais incêndios e o segundo com mais área ardida. Seis dos nossos 10 concelhos estão ente os 20 municípios nacionais com maior área ardida”, apontou Miguel Alves.

O socialista, que também preside à Câmara de Caminha, alertou que a região está “a ser vítima” do seu “próprio sucesso”, uma vez que, “nos últimos anos, o nível de incêndios e área ardida tem vindo a baixar”.

“O facto de não arder faz com que o combustível nas nossas aldeias e floresta seja maior e o risco de incêndios também. As alterações climáticas já aí estão e os fenómenos extremos têm vindo a acontecer. 2022 é o mais perigoso dos últimos anos”, avisou, durante um encontro nacional de sapadores florestais realizado no miradouro da Senhora das Neves, em Dem, Serra d’Arga, a propósito do dia nacional daqueles profissionais que se assinala no sábado.

Miguel Alves, que falava aos jornalistas, no final do discurso que proferiu, na presença do ministro do Ambiente e Ação Climática e, dos 150 operacionais das 38 equipas Sapadores Florestais do Alto Minho, disse que a região está “a ser vítima” do seu “sucesso”.

Alertou para o “dispositivo curto mas de muito trabalho” que opera na região, lembrando que Viana do Castelo “é último distrito do ‘ranking’ nacional em número de bombeiros” e que conta com o apoio de “apenas um meio aéreo que serve também o distrito de Braga”.

Miguel Alves disse “estar planificado que, no próximo ano, a região poderá ter um segundo meio aéreo”.

“Temos um esforço tremendo dos municípios, dos baldios, das Equipas de Intervenção Permanente (EIP) e dos Sapadores Florestais, mas temos uma enorme percentagem de floresta e o Parque Nacional Peneda Gerês, Reserva da Biosfera para defender”, destacou.

O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil apelou ao “Governo e às instituições do Estado, para colmatarem aquelas lacunas, incrementando os meios de combate a incêndios”.

“Precisamos de reconhecer a carreira e estatuto dos Sapadores Florestais e dotar as equipas de melhores condições, abrir vias de financiamento para equipamentos mecânicos mais pesados, valorizar os salários desta gente que trabalha no meio do mundo sem que as pessoas se apercebam do seu trabalho”, referiu.

Miguel Alves pediu ainda ajuda às pessoas, “na limpeza dos seus terrenos, e evitar comportamentos de risco”.

“A população tem de ser parte deste combate. Não se pode excluir. Tem de rever os seus comportamentos, obedecer mais às orientações dadas pelos diferentes organismos. O combate que estamos a ter, neste momento, é pela preservação da espécie humana neste planeta. O planeta vai continuar sem os humanos. A questão é saber se queremos continuar a andar por cá nas próximas gerações”, frisou.

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