"Eu tinha chegado a dizer a certa altura perante a tragédia de Pedrógão que esperava no Natal que todos tivessem já as suas casas e pudessem estar em suas casas. Infelizmente, não é possível, mas que seja possível o mais cedo no próximo ano. Depois há a segunda tragédia e o mesmo se aplica à segunda tragédia", disse o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Universidade de Aveiro, em declarações à margem da cerimónia do 44.º aniversário daquela instituição.

No dia em que passam dois meses após os incêndios que devastaram aquela zona, o chefe de Estado disse que continuam a chegar à Presidência da República "mensagens de solidariedade, de sugestão e de proposta", defendendo que "é preciso que haja memória daquilo que aconteceu".

"Não haja ideia de que o ano foi todo muito bom, com um pequeno problema que foram as tragédias. Não é verdade. Houve neste ano o melhor e o pior. O melhor, em muitos aspetos económicos e financeiros e no prestígio internacional e, o pior, as tragédias. Portanto, o termos presente o que aconteceu é fundamental como lição para o futuro, porque há muito a refazer ainda nos próximos anos", observou.

No dia 15 de outubro deflagraram mais de 500 incêndios, o maior número de fogos do ano, tendo as chamas atingido particularmente 27 concelhos da região Centro, sobretudo os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro e Leiria.

Na madrugada de 16 de outubro morreram 45 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas devido às centenas de incêndios, que destruíram total ou parcialmente cerca de 800 habitações permanentes, quase 500 empresas e extensas áreas de floresta, estando ainda por apurar o valor global dos prejuízos, bem como o total da área ardida.