A informação foi prestada aos jornalistas por Pedro Nunes, comandante adjunto operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que justificou a decisão de prolongar o estado de alerta amarelo devido a questões meteorológicas (vento e baixa humidade do ar) e ao facto de agosto ser o mês em que há mais afluxo de pessoas para o interior do país, o que aumenta o risco de ignições em meio rural.

Embora não se esperem temperaturas extremas até segunda-feira, prevê-se a manutenção das condições meteorológicas observadas nos últimos dias, num quadro de vento moderado a forte, quer diurno quer noturno, e humidade relativa baixa em toda a região sul do vale do Tejo e no interior norte, com especial incidência nos distritos de Castelo Branco e Guarda.

Para enfrentar estes fatores críticos, Pedro Nunes referiu que a Proteção Civil vai aumentar a vigilância aérea e terrestre, com recurso aos aviões de observação e vigilância que integram o dispositivo de combate a incêndios florestais, havendo ainda a intenção de recorrer aos ‘drones’ da Força Aérea para cumprir a missão em causa.

Na vigilância terrestre - adiantou o mesmo responsável - a vigilância vai ser reforçada com meios da GNR e da Força Aérea, antevendo-se mais "patrulhas espalhadas pelo território nacional", com maior incidência no interior do país. No total, haverá um reforço de 100 efetivos.

O estado de alerta - precisou Pedro Nunes - vai vigorar nos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Beja e Faro. "São estes os distritos que sofrerão as maiores adversidades meteorológicas", previu.

O comandante adjunto da Proteção Civil apelou para que cada cidadão que se desloque ao interior do país seja um "vigilante" da floresta, por forma a "aumentar a resiliência" do território face aos problemas dos incêndios rurais.

No período diário de maior calor e incidência de vento, a Proteção Civil pede aos habitantes das zonas rurais que não utilizem as máquinas agrícolas ou as máquinas de combustão, como motosserras, por forma a evitar eventuais ignições, sendo ainda pedido que não usem o fogo sob qualquer pretexto.

Quanto aos meios aéreos, Pedro Nunes revelou que esta componente de combate a incêndio está "praticamente toda operacional" e que já houve atuou num incêndio ocorrido em Loulé, Algarve.

Admitiu, porém, que para o dispositivo aéreo estar completo faltam três helicópteros ligeiros.