"Se as pessoas considerarem que é melhor ir embora, devem abandonar o local com grande antecipação e não esperar pelo último minuto”, defendeu o professor jubilado da Universidade de Coimbra, na qualidade de coordenador de um projeto europeu que desenvolve “uma estratégia científica para prevenir e responder aos incêndios” na Europa.
Para Xavier Viegas, citado numa nota do projeto FirEUrisk enviada à agência Lusa, é necessário “trabalhar com a população, preparando-a para enfrentar” fogos florestais cada vez mais devastadores.
"A nossa mensagem para a população […] é que as pessoas salvem as suas vidas. São incêndios que se propagam com tal intensidade que, com a tecnologia atual, não os conseguimos parar e a ajuda pode não chegar”, afirma.
Realçando que, “durante os incêndios de grandes dimensões, as autoridades têm como prioridade salvar a vida das pessoas”, o cientista alerta que, perante fogos “cada vez mais extremos, os bombeiros e os meios de combate […] já não são suficientes”.
“Quando os incêndios começam nas atuais condições de seca, propagam-se muito rapidamente e com muita intensidade", explica.
Vendo que o incêndio se aproxima, importa “reagir rapidamente”, segundo o coordenador do FirEUrisk.
"Se as pessoas estiverem numa situação em que possa haver um incêndio à sua volta ou a aproximar-se delas, devem tomar decisões muito cedo”, sublinha Xavier Viegas, considerando “essencial procurar refúgio” se a fuga “não for uma opção”.
Na sua opinião, o envolvimento dos cidadãos na resposta aos fogos “torna-se ainda mais relevante com a nova realidade das alterações climáticas”.
"Há uma distribuição muito irregular da precipitação e as temperaturas extremas aparecem quase aleatoriamente", enfatiza.
O FirEUrisk colabora com as autoridades a nível local, nacional e europeu, para “melhorar a tomada de decisões e também para ajudar a informar o público, através da investigação científica e de ferramentas específicas para avaliar o risco de incêndio”, como, por exemplo, “o mapa unificado de combustíveis de cobertura vegetal” da Europa.
Financiado pela União Europeia, o FirEUrisk reúne 39 centros de investigação, universidades e empresas privadas de todo o mundo.
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