Pelas 16:00, o autarca de Gouveia Luís Tadeu adiantou à Lusa que durante a manhã ainda foram combatidas chamas na área urbana da cidade de Gouveia e nas freguesias de Aldeias, Folgosinho e Figueiró da Serra, mas o incêndio progrediu em direção a Linhares da Beira, no concelho de Celorico da Beira, e já começaram as operações de "rescaldo e de alguma limpeza" dos locais atingidos pelas chamas.

"Amanhã [terça-feira] começamos a apurar os prejuízos, que são imensos", disse o autarca.

Segundo Luís Tadeu, só na aldeia de Melo, entre as 03:00 e cerca das 06:00 de hoje, "arderam oito casas e, numa delas, [funcionava] a farmácia".

Disse ainda que em várias aldeias do concelho, como Arcozelo, Moimenta da Serra e Folgosinho, arderam casas de habitação.

No entanto, assinalou que apenas "uma ou outra pessoa" foi realojada pela autarquia, havendo casos em que os desalojados foram acolhidos em casas de familiares ou ocuparam outras habitações próprias que possuíam.

O autarca referiu ainda que ardeu totalmente um aviário na área da freguesia de Gouveia e várias explorações agrícolas.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 32 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 vítimas mortais e mais de 200 feridos.