Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no âmbito da divulgação dos resultados da atividade da Sonae Indústria até setembro deste ano, o presidente do Conselho de Administração sublinha que "algumas atividades" destas duas unidades, propriedade da participada Arauco, "serão reiniciadas gradualmente".
A Sonae Arauco é uma empresa detida em 50% pela Sonae Indústria.
"Lamentavelmente, devo [...] fazer referência às duas fábricas de painéis da Sonae Arauco em Portugal que foram materialmente afetadas pelos graves incêndios florestais de meados de outubro", refere Paulo Azevedo.
"Apesar de se estimar que serão necessários quatro meses para que estas fábricas estejam novamente totalmente operacionais, algumas atividades serão reiniciadas gradualmente, incluindo as linhas de melamina em Oliveira de Hospital, e estamos a responder às necessidades dos nossos clientes, recorrendo a placas fornecidas por outras fábricas", prossegue o gestor.
No entanto, "apesar dos incêndios, não haverá disrupção na execução do nosso investimento numa nova prensa contínua na fábrica de Mangualde", garante.
"Quero agradecer aos nossos colaboradores de Oliveira de Hospital e de Mangualde pela sua dedicação e compromisso com a empresa em circunstâncias muito díficeis. Sem a sua coragem inacreditável e as suas ações decisivas, os danos teriam sido muito mais extensos", conclui o gestor.
A Sonae Indústria registou lucros de 20,9 milhões de euros até setembro deste ano, contra prejuízos de 21,3 milhões de euros um ano antes.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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