Nas declarações políticas de hoje, Carlos Guimarães Pinto, da IL, referiu as “intromissões do Governo na gestão operacional, o nepotismo, as indemnizações ilegais e as mentiras” que têm vindo a público na comissão de inquérito à TAP, considerando que tudo o que já foi descoberto “é assustador”.
“Se numa empresa com os holofotes em cima o Governo se comporta assim, como será nas outras empresas públicas?”, questionou o liberal, apontando que “deve assustar ainda mais” o que não se sabe que acontece noutras empresas sob tutela do Estado.
Acusando o Governo de politizar e partidarizar as empresas públicas, Carlos Guimarães Pinto lançou um repto a todos os grupos parlamentares: “Que façamos um escrutínio mais apertado à gestão das empresas do setor empresarial do Estado com todas as ferramentas que temos ao nosso dispor, requerimentos, audições e, sim, mais comissões de inquérito no futuro”.
Se os outros partidos não acompanharem este desafio, o deputado deixou a garantia que a IL vai insistir neste escrutínio porque devem isso “aos contribuintes a quem os socialistas garantem que o estado não tem onde cortar”.
Paulo Rios de Oliveira, do PSD, concordou que tudo o que já se descobriu sobre a TAP é assustador e deixou claro que não acompanha o “preconceito socialista”, mas também avisou que nem sempre “a IL e o liberalismo é um bom remédio”.
“Sem prejuízo de acompanhar a vontade de maior escrutínio, quais as áreas que a IL reservaria então para que as entidades públicas pudessem intervir”, perguntou.
Pelo PS, foi Hugo Carvalho que criticou o “discurso fácil, demagógico e preconceituoso” de Carlos Guimarães Pinto, acusando a IL de prosseguir a estratégia do ”quanto pior melhor” por achar que “isso lhe serve os propósitos futuros”.
“A Iniciativa Liberal faz, neste debate, da demagogia a cor com que pinta o quadro do país”, condenou o socialista.
Já pelo PCP, Bruno Dias, defendeu que a TAP não tem sido “a gestão pública que o país precisa”, mas criticou a conclusão retirada pela IL que é “pegar fogo” a tudo o que é público no país, considerando que as críticas dos liberais passam ao lado da “promiscuidade da gestão privada”.
Pedro Filipe Soares, do BE, afirmou que “sempre que há promiscuidade, o Bloco denuncia” e recordou que a iniciativa da comissão de inquérito foi dos bloquistas, assegurando que o partido se associa a “qualquer repto de maior escrutínio, de maior exigência”, mas recusando o raciocínio dos liberais sobre a causa pública.
O Chega, pela voz do deputado Pedro Pessanha, concordou que o Governo “tem sido incapaz de cortar as gorduras do estado” e defendeu um modelo de autonomização dos serviços do Estado, questionando se a IL “defende uma privatização selvagem dos serviços públicos a régua e esquadro”.
Nas respostas, Carlos Guimarães Pinto disse ao PS que os liberais foram os únicos “exigentes com a gestão privada da TAP porque defenderem que os acionistas deviam ter perdido todo o seu dinheiro” durante a pandemia, assegurando que manterão a exigência tanto com as gestões privadas como com as públicas.
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