O INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas estima que desde o início de dezembro tenham sido registados a circular em Portugal cerca de 30 mil casos com a variante recentemente identificada no Reino Unido (VUI-202012/01).
“Tendo em conta os dados da semana 02/2021 (11-17 janeiro), na qual foram confirmados laboratorialmente cerca de 10 mil casos diários, a prevalência estimada da nova variante foi de cerca de 13%”, refere o INSA em comunicado
Dados acumulados, até à data, mostram que não existe diferença na distribuição etária dos casos covid-19 com e sem a variante do Reino Unido. Para ambos os grupos, as faixas etárias mais atingidas são dos 20 aos 50 anos”.
Para a determinação da prevalência da nova variante foi utilizada uma ferramenta, desenvolvida no âmbito da colaboração entre o INSA e a Unilabs, que permite detetar casos em tempo real.
“Através da sequenciação genómica, foi determinada uma correlação forte entre a falha na deteção do gene ‘S’ em alguns testes de diagnóstico e a presença da variante do Reino Unido, com um valor preditivo acima dos 95%, permitindo estabelecer a prova de conceito da validação da utilização deste gene para a identificação da variante do Reino Unido”, adianta.
De acordo com dados analisados até 20 de janeiro, observa-se um crescimento da frequência relativa da variante do Reino Unido a uma taxa de 70% por semana, pelo que as estimativas apontam para que, daqui a três semanas, esta variante possa representar cerca de 60% de todos os casos covid-19 em Portugal.
De forma a alargar a vigilância com base na sequenciação genética, o INSA está a receber amostras referentes ao mês de janeiro, provenientes de dezenas de Laboratórios de todo o país, para fazer a monitorização alargada e com representatividade geográfica, da emergência, evolução e distribuição de todas as variantes genéticas do SARS-CoV-2 que circulem em Portugal.
Em relação às variantes do “Brasil” e da “África do Sul”, o INSA salienta que não foram identificados, até à data, quaisquer casos.
“Espera-se que, caso existam casos suspeitos, as amostras correspondentes sejam encaminhadas para o INSA para caracterização genética, sendo que este processo ocorrerá sempre independentemente da vigilância mensal desenvolvida no âmbito do “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, sublinha no comunicado.
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