Rómulo Costa pediu a abertura de instrução, uma fase processual facultativa, e encontra-se detido preventivamente no Estabelecimento prisional de Monsanto, em Lisboa.
A investigação deste caso relacionado com financiamento e recrutamento de pessoas para o Daesh [designação em árabe do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico] começou em janeiro de 2013 depois das autoridades britânicas terem comunicado a Portugal o envolvimento de dois portugueses no rapto dos jornalistas John Cantlie e Jeroen Oerlemens, na fronteira turco-síria.
Meses depois as autoridades britânicas detiveram os dois cidadãos portugueses.
Para o Ministério Público, o grupo “imbuído do fervor jihadista é uma ameaça real contra a segurança pública e a paz social de qualquer Estado” para onde se desloque, “sendo reconhecido internacionalmente que os combatentes daquelas organizações terroristas mataram e torturaram vítimas de forma indiscriminada não só no conflito da Síria e do Iraque, mas como nos ataques terroristas em que participam em todo o mundo”.
É também referido que os factos investigados “além da relevância pela sua extrema gravidade, são inéditos em Portugal”.
Dois dos arguidos acusados, entre os quais Rómulo Costa, foram encontrados e interrogados em Portugal em 2019.
“Os restantes, cujo interrogatório não foi possível realizar, encontram-se em paradeiro incerto, havendo apenas a informação que um deles se encontra preso na Síria”, refere o despacho do Ministério Público (MP).
Para o MP, os arguidos aliciaram, convenceram, encaminharam e recrutaram jovens, a quem deram apoio financeiro e logístico para a sua deslocação para a Síria, através da compra de bilhetes de aviação, bens e serviços, pensões e alimentação para que estes integrassem “organizações terroristas fundamentalistas islâmicas de matriz jihadista e por elas combatessem no conflito armado” do país.
Os restantes arguidos são Nero Saraiva, Edgar Costa, Celso Costa (irmão de Rómulo Costa), Fábio Poças, Sandro Marques e Sadjo Ture.
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