O anúncio foi feito hoje, em comunicado, pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), do qual é investigadora Ana Domingos, um dos 41 cientistas selecionados com uma bolsa do programa internacional International Research Scholars.
Além de Ana Domingos, foram ainda contemplados, em Portugal, com esta bolsa os investigadores Catarina Homem, do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Universidade Nova de Lisboa, e Joe Paton, do Centro Champalimaud.
O programa International Research Scholars – uma iniciativa conjunta da Fundação Calouste Gulbenkian, do Howard Hughes Medical Institute e das fundações Bill e Melinda Gates e Wellcome Trust – visa apoiar, durante cinco anos, o trabalho de “excelente qualidade” de cientistas em início de carreira na área da biomedicina.
Mais de 1.400 cientistas de todo o mundo concorreram a este programa, lançado em 2016, tendo sido selecionados 41 investigadores de 16 países, incluindo Portugal, na lista dos mais premiados, com três bolsas.
O processo de seleção foi feito por um painel de cientistas internacionais, que avaliou “o impacto do trabalho já desenvolvido” pelos candidatos e “o potencial do programa de investigação” que se propõem continuar a realizar. Com base nesta seleção, cada entidade parceira pode escolher os investigadores que pretende apoiar financeiramente.
A Fundação Calouste Gulbenkian selecionou o investigador chileno Carlos Blondel, da Universidade Autónoma do Chile, que está a estudar o impacto da interação dos microrganismos com as pessoas no aparecimento de doenças infecciosas.
A investigadora Ana Domingos, que lidera o laboratório de obesidade no IGC e foi escolhida pela fundação Wellcome Trust, no Reino Unido, descobriu a ligação direta entre o tecido gordo e os neurónios do sistema nervoso periférico, concluindo que as células neuronais desempenham um papel na eliminação da gordura.
A bolsa que vai receber irá permitir-lhe continuar a investigar “novas estratégias moleculares para combater a obesidade”, refere o IGC no comunicado.
Catarina Homem, também selecionada pela Wellcome Trust, está a estudar como o metabolismo e a nutrição influenciam o crescimento regulado das células estaminais (as que se diferenciam noutras células) no desenvolvimento dos embriões de animais e como erros podem levar a doenças como o cancro.
O neurocientista norte-americano Joe Paton, do Centro Champalimaud, descobriu os mecanismos-chave da perceção do tempo e da tomada de decisões numa experiência com ratinhos.
O financiamento vai permitir ao investigador continuar a estudar os mecanismos através dos quais sinais como os que “informam o cérebro sobre a passagem do tempo são transformados em ação”, indica a Fundação Champalimaud em comunicado.
O programa International Research Scholars é aberto a cientistas de todo o mundo, com exceção dos países do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos).
Na lista dos países contemplados com esta bolsa para a investigação em biomedicina incluem-se também China (sete bolsas), Austrália, Israel (seis), Chile, Singapura, Suíça (três), Espanha (duas), Áustria, Camboja, Hungria, Índia, Coreia do Sul, Holanda, África do Sul e Tanzânia (uma).
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