As mortes confirmadas já ascendiam a dezenas após a tempestade mediterrânica Daniel ter provocado cheias devastadoras que arrasaram bairros inteiros, mas o balanço das autoridades sanitárias ainda não incluía a cidade de Derna, a mais atingida e ainda sem possibilidade de acesso para equipas de socorro.

O chefe do governo paralelo do leste líbio, Osama Hammad, definiu a situação em Derna de “catastrófica” ao referir-se a “milhares de desaparecidos, bairros inteiros arrasados e levados por um mar com os seus habitantes”.

Segundo o Centro Nacional de Meteorologia líbio, a precipitação ultrapassou os 400 mililitros por hora, um valor que não se registava há quatro décadas. Um membro do Conselho Municipal de Derna, Ahmed Amdur, pediu uma intervenção internacional “urgente” para “salvar a cidade”.

O colapso de zonas residenciais e de edifícios e infraestruturas públicas e privadas implicou o bloqueio dos acessos rodoviários, com Amdur a pedir um corredor marítimo para fornecer auxílio aos habitantes desta cidade costeira situada na zona leste do país.

Abdulhamid Debiba, o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional (GUN) com sede em Tripoli (oeste) prometeu que o Estado vai indemnizar as populações atingidas pelas inundações e decretou três dias de luto nacional pelas vítimas.

Em simultâneo, anunciou o envio para Derna de 50 ambulâncias e uma equipa de 75 médicos e enfermeiros, para além de diverso material destinado a reforçar os hospitais das zonas rurais.

A missão das Nações Unidas na Líbia (Unsmil) declarou em comunicado que acompanha e perto a situação de emergência e manifestou “disponibilidade para fornecer apoio aos afetados”.

Após ter atingido a Grécia e Turquia nos últimos dias, o ciclone Daniel tornou-se numa tempestade subtropical em 9 de setembro e espera-se que comece a enfraquecer sobre a Líbia a partir de hoje, e quando se dirige para o vizinho Egito, segundo o centro meteorológico regional árabe.