“Independentemente do resultado das eleições, qualquer que seja o Governo a tomar posse, seja deste ou do outro lado, manterá os compromissos assumidos no [acordo nuclear] JCPOA, declarou Ali Akbar Salehi depois de se reunir em Teerão com o comissário europeu da Energia e da Ação Climática, Miguel Arias Cañete.
Salehi, doutorado em energia nuclear pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e negociador iraniano do acordo alcançado em julho de 2015 com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), acrescentou que Teerão não vai renegociar o texto.
“Foi aprovado há mais de um ano e as coisas estão a ir muito bem. Consideramos que é do interesse do meu país, da região e da comunidade internacional”, sublinhou.
O responsável do organismo iraniano que tutela a energia atómica comentou também que não lhe interessam as declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a intenção de voltar a sentar-se à mesa das negociações.
“Não damos muita atenção às palavras, mas sim aos atos dos outros. Vamos esperar para ver o que fazem os demais e responderemos adequadamente”, disse Salehi.
Arias Cañete reconheceu que os Estados Unidos expressaram o desejo de fazer “uma avaliação política sobre o Irão” e recordou que a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, sublinhou em várias ocasiões o seu interesse em aplicar “completamente” o acordo, porque é “um acordo bom e forte que serve os interesses de todas as partes”.
“Esperamos que todas as partes respeitem os seus compromissos”, acrescentou o comissário europeu, que considera que até agora cumpriu a sua parte e se disse “muito satisfeito” por há 16 meses ter sido ratificado esse “histórico acordo nuclear” para que o Irão abandonasse o seu alegado programa nuclear com fins militares em troca do levantamento das sanções económicas internacionais.
Em paralelo, o Irão pode desenvolver um programa de energia nuclear para uso civil, que inclui a redução do número de centrifugadoras para o enriquecimento de urânio (de 19.000 para 6.104), um limite para a quantidade desse mineral que Teerão pode armazenar (300 quilos) e a proibição de enriquecer esse material radioativo aos seus níveis máximos.
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