Durante as buscas nas casas dos membros do grupo, formado por 19 pessoas residentes em várias cidades ao longo do território, de Bérgamo (norte) a Sicília (sul), passando pela ilha da Sardenha, várias armas foram descobertas, entre ela carabinas, pistolas, facas, bestas, além de livros sobre Mussolini e Hitler, no âmbito de uma operação denominada "Sombras Negras".

Os membros do grupo compartilhavam "o mesmo fanatismo ideológico e a sua intenção era constituir um movimento abertamente pró-nazi, xenófobo e antissemita chamado "Partito Nazionalsocialista Italiano dei Lavoratori" ("Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Itália"), explicou a polícia. 

"O grupo desenvolveu uma estrutura interna e territorial, criou um símbolo e elaborou um programa abertamente antissemita e negacionista", afirma ainda o comunicado.

As autoridades não revelaram quantas pessoas pertenciam ao grupo ou quantas detenções foram feitas. A agência italiana ANSA, porém, avança que os integrantes tinham um chat privado para fazer recrutamento e treino militar e que já tinham estabelecido contactos com a Nova Ordem Social, partido fundado pelo extremista Mário Machado e que foi entretanto suspenso.

Uma das integrantes deste grupo, avança a agência, trata-se de “uma mulher de 26 anos proveniente da Sicília que venceu um concurso de beleza online ‘Miss Hitler’ e falou numa conferência de extrema-direita em Lisboa em agosto”.

Apesar de não referi-la pelo nome, os dados apontam para que a detida seja Francesca Rizzi, italiana que compareceu “conferência nacionalista” organizada pela Nova Ordem Social a 10 de agosto numa unidade hoteleira de Lisboa e onde compareceram elementos de seis partidos e movimentos europeus de extrema-direita.

Com cerca de 70 pessoas, a conferência de movimentos de extrema-direita teve alegadamente como objetivo trocar ideias sobre o futuro da Europa e combater a corrupção.

Escreve o Público que “na conferência, Rizzi proferiu um discurso violentissímo contra os judeus e, quando acabou de falar, fez a saudação nazi, sendo acompanhada por vários elementos da plateia”.

Para além da Nova Ordem Social, avançam os meios italianos que os extremistas italianos mantiveram também contatos internacionais com organizações como a "Aryan White Machine-C18" ou o “Blood & Honour”.

Um dos principais líderes, responsável pelo treino dos membros, pertencia à Legião Estrangeira Francesa, possui um registo criminal de conexões com a Ndrangheta, a poderosa máfia da Calábria, e apresentou-se como líder local na Ligúria (noroeste) do partido italiano de extrema-direita Força Nova.

Outra pertencente, refere a ANSA, é uma “mulher de 50 anos residente em Pádua que trabalha em administração e não tem cadastro criminal” que dá pelo nome de “Sargenta-Major do Hitler” e em cuja casa foram encontradas “suásticas, bandeiras nazis e material antissemita”.

Em Itália, promover o fascismo ou tentar reavivar partidos fascistas é crime.

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