De acordo com um comunicado publicado no portal da Presidência italiana, Sergio Mattarella deu um indulto de um ano de prisão à ex-agente.

Com este indulto, a pena de Sabrina de Sousa passa de quatro para três anos de prisão, uma vez que, em 2006, a luso-americana conseguiu que a sua pena fosse diminuída de sete para quatro anos de prisão.

A redução da pena permite à ex-agente da CIA - condenada à revelia pelo sequestro de Abu Omar em fevereiro de 2003, em Milão, Itália - solicitar medidas alternativas à prisão, sem necessidade de estar detida, assinala o comunicado da Presidência italiana.

Sabrina de Sousa, detida em Portugal, deveria ser extraditada na quarta-feira para Itália, com base num mandado de detenção europeu, segundo noticiou hoje a agência espanhola Efe.

Contudo, o seu advogado em Itália, Dario Bolognesi, sustentou que tal não deverá acontecer, uma vez que o indulto presidencial permite pedir a suspensão condicional da pena e da consequente extradição.

O Presidente de Itália justifica o perdão parcial com a conduta da ex-agente e com a necessidade de reajustar a pena à dos outros condenados.

A ex-agente dos serviços secretos norte-americanos foi detida em Portugal, a 20 de fevereiro, para ser extraditada para Itália, na sequência de uma decisão do Tribunal da Relação de Lisboa.

Perdeu vários recursos contra a extradição desde que foi detida inicialmente no aeroporto de Lisboa, em outubro de 2015, no âmbito de um mandado de detenção europeu.

Nos recursos, alegava que nunca havia sido informada oficialmente da decisão do tribunal italiano, que a condenou, e que não podia usar em sua defesa informação confidencial do governo norte-americano.

Em novembro, o Supremo Tribunal de Justiça rejeitou o recurso de revisão apresentado pela ex-agente da CIA relativo ao seu processo de extradição para Itália.

Sabrina de Sousa, 60 anos, nasceu em Goa, na Índia, e tem nacionalidade norte-americana e portuguesa.