D. Américo Aguiar lembrou durante a entrevista que "não podemos estar sossegados como se as conquistas da democracia estivessem garantidas", pelo que todos se devem envolver nas questões políticas e votar.

"Estamos a viver um tempo estranhíssimo. Nunca pensei que 2023-24 desaguasse em eleições que estamos a ter e que vamos ter", afirmou o bispo de Setúbal.

"Nunca o país viveu esta situação de, de um momento para o outro, os órgãos eleitos não terminarem os seus mandatos e serem amplamente, por razões diversas, antecipadas eleições", lembrou.

Para D. Américo Aguiar, "esta circunstância deve provocar nos cidadãos, não desconfiança sobre ninguém, nem cabalas, nem perseguições, mas o desejo e vontade de parar, avaliar o cenário, o que está a acontecer, quem são os protagonistas do que está a acontecer e tomarmos decisões que são importantes para o país".

"Eu não sei o que vai acontecer. Já encomendei pipocas e Coca-Cola para a noite de 10 de março. Não sei o que vai acontecer. Estamos aqui perante situações muito sensíveis e muito importantes, e é por isso que a Igreja tem de estar metida [na política] e os cidadãos, os católicos, os cristãos. As pessoas têm de estar envolvidas na política, porque a gestão da coisa pública é da responsabilidade de todos nós. Não podemos assobiar para o ar, enterrar a cabeça na areia e esperar que no dia 10 metade dos portugueses decidam aquilo que é responsabilidade de todos os portugueses", defendeu.